Fenômeno climático gera preocupações no agronegócio brasileiro
A presença do La Niña causa preocupação no agronegócio brasileiro e pode impactar o plantio da soja e a safrinha do milho até 2026.
A presença do La Niña, de baixa intensidade, mas com duração prolongada, acende um alerta no agronegócio brasileiro. O fenômeno, que deve persistir até o início do outono de 2026, impõe desafios significativos tanto para o plantio da soja quanto para a segunda safra de milho. Isabella Pliego, analista da Biond Agro, explica que, apesar de sua intensidade reduzida, o La Niña pode ter um impacto considerável, especialmente em um contexto de transição climática.
Implicações regionais do fenômeno
Modelos do CPC/NOAA sugerem que as condições de neutralidade podem ocorrer entre janeiro e março de 2026, o que significa que os efeitos mais expressivos devem ser sentidos entre dezembro e fevereiro. A combinação do resfriamento do Pacífico e do aquecimento do Atlântico Sul tende a resultar em chuvas irregulares e temperaturas elevadas no Centro-Sul, enquanto o Norte e Nordeste podem ter precipitações acima da média.
Desafios no Sul e oportunidades no mercado
No Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, há risco de chuvas irregulares e estiagens que podem impactar a produtividade da soja e do milho. Entretanto, se houver quebras de safra na região Sul e na Argentina, o mercado internacional pode reagir com valorização nos prêmios de exportação, criando oportunidades para o Brasil.
Estratégias de mitigação e gestão
Diante desse cenário, Pliego enfatiza a importância de estratégias de gestão de risco. A recomendação é travar preços de forma gradual e utilizar seguros agrícolas nas regiões mais vulneráveis. O equilíbrio entre preço, câmbio, seguro e manejo é fundamental para garantir a estabilidade até o fim da safra. O sucesso dependerá de um planejamento eficaz, transformando os desafios do La Niña em oportunidades de rentabilidade.
