Antes da comunicação instantânea dominar o mundo, ser convocado para a Seleção Brasileira era um ritual burocrático, distante da praticidade atual. O ex-craque Müller, em entrevista ao podcast *Prieto TV*, relembrou os tempos em que um telefonema fixo da CBF anunciava a realização de um sonho. Uma época onde telegramas e faxes ditavam o planejamento das viagens para defender a amarelinha.
“A Terezinha, da CBF, ligava na tua casa, no telefone fixo: ‘Müller, você foi convocado para o amistoso da seleção brasileira, tá bom?’. Depois, o planejamento era enviado por fax ou telegrama para o clube”, detalhou Müller. Após o comunicado oficial, o jogador se dirigia ao clube para receber as instruções finais, embarcando rumo ao Rio de Janeiro, geralmente sozinho, para se juntar à equipe.
A realidade da década de 80 contrastava com a facilidade de comunicação de hoje. Müller também enfatizou a dificuldade de se destacar em meio a tantos talentos da época. “Naquela época tinha que ser bom mesmo para estar em uma convocação, não pra Copa do Mundo. Tinha muita gente boa. A safra era rica”, afirmou o ex-atacante, ressaltando a concorrência acirrada por uma vaga.
Müller recorda com admiração os craques com quem dividiu o campo, como Renato Gaúcho, Casagrande, Éder, Careca, Zico, Sócrates, Falcão e Dirceu. A primeira partida como titular foi em um amistoso contra a Alemanha, em Frankfurt, um marco em sua trajetória na Seleção.
Atualmente, a missão de resgatar o prestígio da Seleção Brasileira recai sobre Carlo Ancelotti, o novo técnico. Com a proximidade das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, a expectativa é alta para que o treinador italiano consiga levar o Brasil ao tão sonhado hexacampeonato. Resta saber se os convocados de hoje, avisados por meios digitais, honrarão a camisa amarela com a mesma garra dos craques do passado.
Fonte: http://esporte.ig.com.br