O governo federal tem ampliado sua estratégia de comunicação, investindo na contratação de influenciadores digitais para promover ações governamentais e programas sociais. A iniciativa visa alcançar públicos mais jovens e nichos específicos, como cultura e entretenimento, buscando ampliar o alcance das mensagens oficiais.
Dados revelam um aumento significativo nos gastos com anúncios políticos na Meta (Facebook e Instagram). Em setembro, o investimento atingiu R$ 8,4 milhões, um salto de 360% em relação aos R$ 4,7 milhões do bimestre anterior, posicionando o governo como o principal patrocinador de conteúdo político impulsionado no país.
A estratégia adotada pelo governo segue modelos já utilizados por outras instituições de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF). Essas entidades também têm promovido eventos com influenciadores, buscando fortalecer sua presença e influência no ambiente digital.
A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) tem sido alvo de críticas pela falta de transparência nos critérios e valores pagos aos influenciadores. A oposição questiona a finalidade dos contratos, especialmente após a divulgação de conteúdos sobre a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, promovida por diversos criadores contratados.
Entre os influenciadores contratados, alguns mantêm perfis mais neutros, focando em humor, cultura regional ou cotidiano, enquanto outros adotam uma abordagem mais política ou analítica. Parte desses influenciadores já possuía histórico de apoio ao governo ou de críticas à oposição antes de estabelecerem parcerias.
Além das postagens nas redes sociais, muitos influenciadores participam de eventos promovidos ou apoiados pelo governo e colaboram com movimentos sociais e sindicatos aliados. Os conteúdos divulgados abrangem desde programas como o Luz para Todos até a defesa da reforma do IR e elogios a figuras públicas.
A oposição questiona a legalidade e a finalidade dos contratos, alegando uso de recursos públicos para impulsionar conteúdo ideológico. Parlamentares exigem explicações da Secom sobre o uso da verba pública em ações que envolvem promoção pessoal e defesa do governo. Até o momento, o Palácio do Planalto não se manifestou oficialmente sobre os questionamentos.
