O corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, decidiu manter o desembargador Helvécio de Brito Maia Neto, do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), afastado de suas funções. A medida visa assegurar a integridade das investigações em curso desde 2024, quando o magistrado se tornou alvo da Operação Máximus, deflagrada pela Polícia Federal (PF).
Helvécio, que já presidiu o TJTO, é apontado pela PF como figura central em um esquema de negociação de decisões judiciais. A investigação descreve a situação como um “assustador mercado de ações judiciais”. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) optou por prorrogar o afastamento até a conclusão completa das apurações, demonstrando a seriedade com que o caso está sendo tratado.
A Operação Máximus revelou a existência de “pacotes de corrupção” dentro do Judiciário tocantinense. Documentos obtidos pelo CNJ indicam que Helvécio seria o elo entre os beneficiários das decisões, advogados influentes e outros membros do poder público no estado. Essa rede de influência é o foco principal das investigações.
Segundo decisões do ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), há indícios da participação do desembargador em diversos crimes. As acusações incluem corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, lavagem de dinheiro, prevaricação e formação de organização criminosa, configurando um quadro de extrema gravidade.
O caso, que envolve magistrados de outros tribunais estaduais e assessores do STJ, agora tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Cristiano Zanin. Campbell enfatizou que, mesmo sem novas informações do STF, os elementos já disponíveis justificam a manutenção do afastamento, visando proteger a credibilidade do Judiciário e a confiança da população.
Fonte: http://revistaoeste.com