O renomado cineasta Silvio Tendler, falecido recentemente aos 75 anos, deixou um legado marcante no documentário brasileiro. Uma de suas obras, “O Brasil na Terra do Misha”, lançada em 2013, mergulha nos Jogos Olímpicos de Moscou de 1980, oferecendo uma perspectiva única através das vozes de atletas brasileiros que participaram da competição.
O filme, com duração de 26 minutos, captura as experiências de figuras emblemáticas como Bernardinho, então um jovem talento do vôlei em sua estreia olímpica, e Oscar Schmidt, o lendário “Mão Santa” do basquete nacional. Além deles, Tendler entrevistou o quarteto da natação brasileira, os velejadores medalhistas de ouro Renan e Montanaro, do vôlei, e jornalistas que cobriram o evento.
Bernardinho, atual técnico da seleção masculina de vôlei, recorda com carinho a marcante figura do mascote Misha: “O símbolo olímpico, que era o urso Micha, foi uma coisa muito significativa, pois ele era carinhoso, carismático, era emocionante. Eu lembro bastante”. Suas palavras revelam a atmosfera singular daqueles jogos.
Oscar Schmidt compartilha a grandiosidade da estrutura esportiva de Moscou: “A entrada para jogar basquete era um ginásio altíssimo, portas grandes, tapete vermelho. Coisa que parecia de um império romano, acho que todo mundo que teve a oportunidade de ver não vai esquecer”. A magnitude do evento permanece viva em sua memória.
Vale lembrar que a edição de 1980 foi marcada pelo boicote de 70 países, liderados pelos Estados Unidos, em protesto contra a invasão soviética do Afeganistão. “O Brasil na Terra do Misha” oferece, assim, um valioso registro histórico e cultural, unindo o esporte e o contexto geopolítico da época, através do olhar sensível de Silvio Tendler.
Fonte: http://esporte.ig.com.br
