O governo Trump está considerando medidas que podem endurecer a política de concessão de vistos diplomáticos nos Estados Unidos, impactando a entrada e a movimentação de representantes estrangeiros. Um memorando obtido pela Associated Press revela que o Brasil está entre os países sob avaliação, levantando preocupações sobre possíveis restrições à delegação brasileira na ONU.
Embora o documento não especifique quais membros da delegação seriam afetados, ou mesmo se o presidente Lula estaria incluído, a presença do Brasil na ONU é historicamente relevante. Tradicionalmente, o país é o primeiro a discursar na abertura da Assembleia Geral, seguido pelos Estados Unidos, o que torna qualquer restrição um gesto de peso.
Fontes ligadas à administração Trump indicam que o Brasil passou a ser monitorado de perto após o avanço do processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, um aliado político de Trump, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Essa possível retaliação, no entanto, ainda está sob análise.
A proposta também avalia proibir diplomatas iranianos de frequentarem redes de atacado como Costco e Sam’s Club sem autorização prévia. “A ideia é condicionar o uso dessas carteiras de associados ao aval do Departamento de Estado”, diz o documento, visando controlar a compra de produtos em larga escala para envio ao Irã.
Curiosamente, o memorando menciona uma dispensa especial para a delegação da Síria, que recebeu uma isenção das regras de limitação de mobilidade em vigor há mais de uma década. Essa medida alinha-se com os esforços recentes da Casa Branca para uma reaproximação com o país após a queda do regime de Bashar al-Assad, em 2024. Sudão e Zimbábue também são mencionados, mas sem detalhes sobre as possíveis restrições.
Até o momento, o Departamento de Estado dos EUA não se manifestou sobre o conteúdo do memorando. As missões permanentes do Brasil e do Irã na ONU também não responderam aos pedidos de posicionamento da imprensa, mantendo um silêncio diplomático diante das potenciais implicações das medidas.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br