Cenário do arroz desestimula investimentos no setor

Queda nos preços e alta nos custos preocupam agricultores

Cenário do arroz desestimula investimentos no setor
Fonte: Conab / Foto: Embrapa Arroz e Feijão. Elaboração: Osmira Fátima da Silva (agosto — Foto: Fonte: Embrapa Arroz e Feijão. Elaboração: Osmira Fátima da Silva (agosto

A combinação de demanda fraca e aumento nos custos de produção está inviabilizando a atividade de cultivo de arroz.

Em outubro de 2025, a situação do mercado de arroz apresenta desafios significativos para os agricultores, com o preço médio da saca de 50 kg a R$58,03, a menor desde abril de 2020, refletindo uma queda de 51,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A combinação de uma demanda enfraquecida e o aumento nos custos de produção, em especial com insumos, preocupa os profissionais do setor. A perspectiva da Embrapa Arroz e Feijão indica uma redução do consumo per capita, que caiu de 48,69 kg em 1997 para 28,5 kg em 2024, devido a fatores como urbanização e mudanças no estilo de vida.

Queda nos preços e aumento nos custos

Os preços em Chicago também estão em declínio, com contratos futuros para janeiro de 2026 atingindo níveis mínimos em cinco anos, a US$10,37 por hundredweight, uma baixa de 31,2% em comparação com 2024. A média diária do volume importado de arroz caiu 65,5%, enquanto o preço médio por tonelada exportada despencou 40,5%, resultando em US$294,2.

Safra e estoque

Apesar de um aumento na produção estimado em 12,8 milhões de toneladas para a safra 2024/25, a combinação de maior oferta e demanda contida está pressionando os preços para baixo. O estoque final foi estimado em 2,01 milhões de toneladas, um aumento de 313,4% em relação ao ano anterior. Esse cenário, aliado ao aumento de custos de insumos, como fertilizantes, que subiram 29,5% em outubro, contribui para a desmotivação dos agricultores em investir.

Perspectivas futuras

A Conab projeta uma redução de 5,6% na área semeada para 2025/26, com a possibilidade de que a soja avance nas próximas safras. A atual oferta abundante, tanto no Brasil quanto no exterior, e a falta de incentivos para o aumento dos preços corroboram a expectativa de um cenário desafiador nos próximos meses. A pressão contínua sobre os preços e a baixa demanda interna não indicam sinais de recuperação para o setor de arroz a curto prazo.

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