Mudanças visam promover economia e eficiência no consumo

Aneel propõe alteração na estrutura tarifária, visando que 75 milhões de consumidores paguem mais em horários de pico e menos na baixa demanda.
Em 6 de novembro de 2025, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) iniciou estudos para alterar a estrutura tarifária aplicada aos consumidores de baixa tensão. A proposta visa que 75 milhões de consumidores paguem mais por energia em horários de pico e menos na baixa demanda, incentivando a adesão à chamada Tarifa Branca. Essa mudança deve impactar cerca de 2,5 milhões de unidades consumidoras, como grandes residências e comércios que consomem acima de 1.000 kWh por mês.
A Tarifa Branca já está disponível, mas a adesão atual é mínima, com apenas 0,1% dos consumidores optando por ela, mesmo com uma redução média de 4,8% nas contas entre os que aderiram. A Aneel propõe inverter a lógica, tornando essa tarifa o modelo padrão para os consumidores de alto consumo, enquanto a tarifa convencional seria mantida apenas para quem consome menos.
Impactos da proposta
A proposta da Aneel busca alinhar as tarifas à nova realidade do sistema elétrico brasileiro. Durante o período das 10h às 14h, há uma grande oferta de energia solar e eólica, o que reduz os custos de geração. Por outro lado, entre 18h e 21h, quando o consumo atinge seu pico, a oferta solar se esgota e fontes de energia mais caras são acionadas, aumentando a pressão sobre o sistema. Com a nova estrutura, 85% do dia será considerado como horas “cinzas”, com desconto médio de 14%, enquanto as horas “laranjas” e “vermelhas” terão tarifas mais elevadas.
Adequação ao consumo
A mudança permitirá que os consumidores reorganizem o uso de equipamentos que consomem muita energia, como ar-condicionado e bombas de piscina, priorizando horários mais baratos. Embora a fatura possa aumentar se o consumo continuar concentrado em horários de pico, a ideia é proporcionar meios para que os consumidores ajustem seus hábitos e economizem. A proposta ainda passará por consulta pública para que a sociedade, distribuidoras e especialistas possam contribuir.
Transição e benefícios
Os medidores atuais precisarão ser substituídos por novos modelos que consigam registrar o consumo por hora. Esta troca será realizada pelas distribuidoras e os custos serão considerados investimentos. A Aneel espera que a adesão aumente com uma melhor orientação aos consumidores, já que a baixa adesão à Tarifa Branca é atribuída à falta de informação e comportamento inercial. Assim, a proposta visa modernizar o sistema elétrico e beneficiar os consumidores, promovendo uma gestão mais eficiente do consumo de energia.

