Pesquisadores identificam inflamação cerebral como fator crucial na progressão da doença

Estudo brasileiro aponta a inflamação cerebral como fator determinante na progressão do Alzheimer, revelando novas possibilidades de tratamento.
Em 07 de outubro de 2023, um estudo conduzido por cientistas brasileiros trouxe novas perspectivas sobre o Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que afeta milhões globalmente. A pesquisa sugere que a inflamação silenciosa no cérebro pode ser um fator determinante na progressão da condição.
O papel da inflamação no desenvolvimento do Alzheimer
Os pesquisadores, liderados pelo neurocientista Eduardo Zimmer da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), analisaram exames de imagem cerebral e biomarcadores de mais de 300 participantes. Os resultados indicam que o cérebro deve estar em um estado de inflamação para que a doença se estabeleça e avance. Essa inflamação é causada pela interação entre duas células, a microglia e os astrócitos, que, ao serem ativadas simultaneamente, podem desencadear o processo degenerativo.
Descobertas que podem mudar o tratamento
O estudo revela que o acúmulo de proteína beta-amiloide no cérebro só causa danos quando o sistema de defesa do cérebro está ativo. As microglia, que atuam como o sistema imunológico do cérebro, liberam substâncias inflamatórias que ativam os astrócitos, levando a um estado de inflamação crônica. Sem essa ativação dupla, a amiloide não é suficiente para causar danos significativos.
Implicações para futuros tratamentos
Os investigadores acreditam que novas drogas que possam regular essa comunicação celular, sozinhas ou em combinação com terapias anti-amiloide, têm potencial para retardar a progressão do Alzheimer e preservar a função cognitiva por mais tempo. Se conseguirem modular essa comunicação celular de forma segura, poderão conter o processo antes que ele cause degeneração irreversível.



