Eduardo Tagliaferro é acusado de crimes envolvendo vazamento de informações sigilosas

O julgamento de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, começou no STF; ele enfrenta acusações de violação de sigilo e coação.
Nesta sexta-feira (7), em Brasília, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tagliaferro enfrenta quatro acusações: violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O julgamento será realizado em plenário virtual, com os ministros tendo até o dia 14 para registrar seus votos.
Contexto do caso e acusações
O caso gira em torno do vazamento de mensagens de juízes auxiliares de Moraes, que ficou conhecido como “Vaza Toga”. Essas informações foram divulgadas à imprensa e utilizadas por aliados de Jair Bolsonaro como evidência de supostas arbitrariedades do ministro. A Polícia Federal identificou Tagliaferro como responsável pelo vazamento. Durante sua atuação na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, ele teria contribuído para inquéritos que levaram a decisões significativas, como a quebra de sigilo bancário e a suspensão de contas em redes sociais.
Alegações de irregularidades
Tagliaferro alega que Moraes teria adulterado documentos para justificar operações da Polícia Federal. O procurador-geral, Paulo Gonet, sustentou que o ex-assessor colaborou com grupos investigados em inquéritos relacionados a fake news e tentativas de golpe. A PGR argumenta que as ações de Tagliaferro visavam beneficiar uma organização criminosa que espalha informações falsas sobre o sistema eleitoral e as atuações do STF e TSE.
Próximos passos no julgamento
A Primeira Turma, composta por quatro ministros, está encarregada de decidir se há elementos suficientes para que Tagliaferro se torne réu. O relator do caso, Alexandre de Moraes, já votou pela aceitação da denúncia, afirmando que o ex-assessor agiu intencionalmente para intimidar o exercício da função jurisdicional. Se a maioria dos ministros concordar, o processo avançará para a fase de instrução, que incluirá coleta de provas e depoimentos. Tagliaferro, que atualmente reside na Itália, foi alvo de pedido de extradição feito por Moraes em agosto.

