Exame traz discussões sobre envelhecimento e representatividade
O Enem 2025 trouxe questões sobre envelhecimento e representatividade, abordando temas sociais e culturais relevantes.
Enem 2025 discute questões sociais e culturais importantes
O Enem 2025, realizado neste domingo, 9 de novembro, trouxe à tona questões sociais e culturais relevantes, sendo um reflexo do contexto contemporâneo. Com mais de 4,8 milhões de inscritos, a primeira parte do exame incluiu temas como a pressão estética sobre mulheres, com referências à atriz Margot Robbie e à brasileira Paolla Oliveira. A prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas abordou a variação linguística, a representatividade negra e a mitologia grega, entre outros tópicos.
O tema da redação, “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, instigou os candidatos a refletirem sobre questões de qualidade de vida, preconceito etário e políticas públicas. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a proposta visa promover um debate sobre a forma como a sociedade lida com o envelhecimento.
Questões que geraram debate
Entre os itens que mais chamaram a atenção, uma questão de Linguagens destacou a pressão estética sobre o corpo feminino, gerando discussões sobre o controle social que incide sobre as mulheres. “Essa questão trouxe à tona um debate importante sobre o controle social exercido sobre os corpos femininos”, comentou Thatiane Hecht, professora de Linguagens do Elite Rede de Ensino.
Outra questão relevante abordou a diversidade cultural do Brasil, questionando o uso da palavra “canjica” em diferentes regiões do país, o que, segundo Arturo Chiong, professor de Linguagens do Curso Anglo, pode despertar o interesse dos estudantes pela pluralidade da língua portuguesa.
Interdisciplinaridade nas Ciências Humanas
Na área de Ciências Humanas, a prova apresentou uma predominância de interpretação de texto, mas com exigências mais rigorosas nas questões de História e Sociologia. Raphael Kapa, orientador pedagógico do Colégio Andrews, apontou que algumas questões de História exigiram uma boa base de conteúdo, destacando uma em particular sobre Getúlio Vargas e Carlos Lacerda.
Kapa também observou que, apesar de alguns temas clássicos como as grandes navegações terem aparecido, a prova apresentou uma abordagem mais robusta, com uma presença maior de História em comparação com edições anteriores. O professor Pedro Zonta, da Escola SEB Lafaiete, também notou uma forte interdisciplinaridade entre História, Sociologia, Filosofia e Geografia, ressaltando a inclusão de temas raciais e religiosos, como as questões que envolveram cristianismo, judaísmo e religiões de matriz africana.
Questões polêmicas e atuais
Outra questão que gerou controvérsia tratou da desapropriação da fazenda Cabaceiras, no sul do Pará, abordando temas de trabalho análogo à escravidão e crimes ambientais. Para Larissa Vitória, professora de Filosofia e Sociologia do Elite Rede de Ensino, a questão é polêmica, pois envolve aspectos legais e sociais complexos.
A prova também trouxe discussões ligadas à COP30, com questões relacionadas a energia e sustentabilidade. Juliana Przybysz, coordenadora de Geografia do Elite Rede de Ensino, destacou que o exame foi contextualizado com questões de impactos ambientais, refletindo uma preocupação atual com a sustentabilidade.
Conclusão e expectativas
Os temas propostos no Enem 2025 foram variados e atuais, abordando questões de gênero, preconceito étnico e saúde emocional, aspectos relevantes para a juventude contemporânea. O segundo dia de provas, programado para o próximo domingo, 16, incluirá questões de Matemática e Ciências da Natureza, dando continuidade ao desafio enfrentado pelos candidatos.
Com informações do Estadão Conteúdo.
