Grávida pode dirigir carro, moto e caminhão? Entenda as recomendações

Aspectos legais e médicos sobre a direção durante a gestação

Grávida pode dirigir carro, moto e caminhão? Entenda as recomendações
Mulher de braços cruzados, em frente a um caminhão. Fotografia: Lifehdfilm / Shutterstock.com

Saiba se grávidas podem dirigir veículos e quais as recomendações médicas.

Grávida pode dirigir: aspectos legais e médicos a considerar

Assim que a gravidez é confirmada e a barriga começa a crescer, surgem muitas dúvidas, desde a alimentação até a possibilidade de dirigir. A pergunta que muitas mulheres se fazem é: “Doutor, posso continuar dirigindo?” A resposta curta é: sim. No entanto, como tudo na gestação, essa questão depende de diversos fatores.

Quando falamos sobre o trânsito, a preocupação não se limita ao conforto, mas também à segurança da mãe e do bebê. Portanto, é fundamental entender o que a legislação, os médicos e o bom senso dizem sobre a capacidade de grávidas dirigirem, seja um carro, uma moto ou um caminhão.

Legislação sobre direção para grávidas

Do ponto de vista legal, não há nada no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que proíba uma mulher grávida de dirigir. Isso significa que você não precisa se preocupar com multas ou apreensões de sua CNH. Não existe uma “licença-gestante” e, portanto, você não será multada por estar dirigindo mesmo estando com oito meses de gestação. A lei confia na autonomia da gestante, enfatizando a importância do atestado médico.

Orientações médicas e riscos

Embora a legislação permita, a liberação para dirigir deve ser avaliada com base em dois fatores cruciais: a saúde da gestante e o tipo de veículo. Para gestações saudáveis e sem complicações, como pressão alta, risco de parto prematuro ou descolamento de placenta, a maioria dos obstetras recomenda que as mulheres possam dirigir. No entanto, isso vem acompanhado de ressalvas que aumentam conforme a gravidez avança.

Os sintomas comuns da gravidez, como enjoos, tonturas e inchaços, podem tornar a direção insegura. É importante considerar que, no terceiro trimestre, geralmente após a 30ª semana, a situação muda significativamente. A barriga cresce e a distância entre ela e o volante diminui, aumentando o risco de trauma em situações de freada brusca ou colisão leve.

Por isso, mesmo que não seja ilegal, muitos médicos aconselham que a gestante evite dirigir no último mês de gravidez. O que realmente importa é o bom senso e a recomendação do obstetra.

Segurança ao volante

O gerente operacional do Detran ES, Maurício Becker, destaca a importância do uso correto do cinto de segurança. Ele alerta que a motorista grávida não deve dirigir caso esteja se sentindo mal ou desconfortável. O mais relevante é sempre consultar seu médico e garantir que a condição de saúde seja favorável para dirigir.

Direção de moto: riscos elevados

Quando se trata de motos, a recomendação é ainda mais clara: não é aconselhável. O risco de quedas é considerável. Durante a gravidez, o centro de gravidade da mulher muda, prejudicando o equilíbrio e tornando os reflexos mais lentos. Mesmo uma queda simples, com a moto parada, pode resultar em traumas abdominais graves.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) desaconselha fortemente andar de moto, seja pilotando ou como passageira, em qualquer fase da gestação. Embora o CTB não proíba a direção de motos para grávidas, os riscos de acidentes superam qualquer benefício.

Caminhões e veículos pesados

A direção de veículos pesados apresenta desafios adicionais. Exige mais esforço físico, envolve longas jornadas e é marcada por vibrações que não são recomendadas durante a gravidez. Além disso, a posição de dirigir pode se tornar inviável à medida que a gestação avança. Portanto, caminhoneiras grávidas devem discutir a situação com seu médico e, possivelmente, optar por se afastar do volante antes das motoristas de carros de passeio, buscando afastamento pelo INSS se necessário.

Considerações finais

Em resumo, a legislação brasileira não proíbe que grávidas dirijam, mas a decisão deve ser baseada na saúde da mulher e em orientações médicas. O bom senso e a consulta com um profissional de saúde são fundamentais para garantir a segurança tanto da gestante quanto do bebê.

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