Explosões solares afetam comunicação na Terra

Erupções de classe X1.8 e X1.2 causam apagões de rádio

Explosões solares afetam comunicação na Terra
Ejeção de massa coronal em destaque. Foto: Sahara Prince

Explosões solares de classe X1.8 e X1.2 causam apagões de rádio significativos em várias partes do mundo.

Na manhã de domingo (9), por volta das 4h (horário de Brasília), uma erupção solar de classe X1.8 foi registrada, provocando um apagão de rádio significativo em todo o lado iluminado da Terra. O fenômeno ocorreu na mancha solar AR4274, uma região ativa próxima ao centro da face visível do Sol. Essa explosão gerou uma ejeção de massa coronal (CME), observada pelo coronógrafo LASCO C2, que faz parte do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), um satélite da NASA em colaboração com a ESA.

Enquanto isso, uma onda coronal se espalhou pela superfície solar, como um grande “tsunami” magnético. A mesma região AR4274, que já havia gerado várias erupções menores de classe C, produziu uma nova explosão de classe X1.2 na manhã desta segunda-feira (10), às 5h55. A análise da CME resultante ainda está em andamento para verificar seu potencial impacto na Terra.

O apagão de rádio do primeiro evento, classificado como R3 na escala da NOAA, afetou comunicações por mais de uma hora, impactando rotas aéreas sobre o Oceano Pacífico e operações marítimas no Oceano Índico. Da mesma forma, a segunda explosão também causou um apagão de intensidade R3, afetando as comunicações de alta frequência nas operações marítimas e aéreas sobre o sul da África durante cerca de 30 minutos.

Esses eventos alertam especialistas para os riscos que podem causar em sistemas de navegação, satélites e transmissões de rádio. Além das duas explosões significativas, a mancha AR4274 gerou outras oito erupções de classe C nas últimas 24 horas, indicando uma intensa atividade solar.

Não apenas a mancha AR4274 apresentou atividade. A AR4276 gerou uma erupção de classe M6.3, enquanto a AR4277 produziu três eventos de classe C. Também houve uma erupção de classe M4.0 de uma região ainda não identificada. Ao todo, 15 erupções solares foram observadas desde sábado (8).

O campo magnético da Terra enfrenta instabilidades, aumentando o risco de tempestades geomagnéticas. Nos próximos dias, os especialistas continuarão monitorando a região AR4274, que ainda pode gerar novas CMEs.

A atividade do Sol em números

Atualmente, a face solar voltada para a Terra apresenta cinco regiões ativas, sendo a AR4274 a mais complexa, com configuração magnética beta-gama-delta. A AR4276, com configuração beta-gama, mostrou crescimento leve, enquanto a AR4277 (beta) teve atividade moderada, produzindo três flares de classe C. As demais regiões apresentaram pouca atividade, com campos magnéticos estáveis.

Fenômenos solares de classe X não são frequentes, mas têm o potencial de causar impactos significativos em satélites, comunicações e redes elétricas. A observação constante do Sol é crucial para prever distúrbios geomagnéticos e informar a população sobre possíveis auroras intensas, que podem ser vistas em regiões mais ao norte e ao sul do globo.

O ciclo solar e suas implicações

O Sol opera em um ciclo de 11 anos, atualmente no Ciclo Solar 25, onde manchas solares indicam concentrações de energia. Durante esse ciclo, explosões massivas, conhecidas como ejeções de massa coronal (CME), podem ser lançadas em direção à Terra, com impactos variados em nosso planeta. As explosões são classificadas em um sistema que vai de A a X, com cada nível representando um aumento de 10 vezes na intensidade dos raios-X.

A classe X representa os clarões mais intensos, e cada número subsequente indica uma força crescente. Com a rotação do Sol a cada 27 dias, manchas solares podem desaparecer temporariamente, mas eventualmente retornam à visibilidade, trazendo novas possibilidades de atividade solar.

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