Imagens inéditas mostram comportamento magnético nos polos solares

Sonda Solar Orbiter revela pela primeira vez a dinâmica do campo magnético do Sol nos polos, trazendo novas descobertas.
Recentemente, a sonda Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), fez uma descoberta significativa ao capturar imagens do campo magnético do Sol em movimento. Essa conquista fornece uma visão mais detalhada da dinâmica nos polos solares, uma área que até então era pouco compreendida. O campo magnético do Sol, que opera em ciclos de aproximadamente 11 anos, é um fenômeno complexo, e a nova pesquisa ajuda a elucidar aspectos importantes sobre sua atividade.
Ciclos solares e a importância da observação
Os ciclos solares, conhecidos como máximo e mínimo solar, são períodos em que a atividade magnética da estrela varia. Durante o máximo solar, há um aumento na atividade, resultando em mais fluxos de plasma na superfície, que podem provocar erupções e tempestades geomagnéticas. Contudo, os detalhes do que ocorre nos polos solares sempre foram um mistério, pois as sondas anteriores não conseguiam observar essa região com clareza.
A Solar Orbiter, lançada em fevereiro de 2020, tem se destacado por sua capacidade de viajar em elipses ao redor do Sol e, em março de 2025, ajustou sua trajetória para uma inclinação de 17 graus, permitindo uma visão mais privilegiada dos polos. Esse ajuste foi fundamental para obter dados que agora estão sendo analisados.
Detalhes das observações e descobertas
O estudo publicado na revista Astrophysical Journal Letters relata que, entre 16 e 24 de março de 2025, a sonda capturou dados sobre fluxos de plasma e o campo magnético solar. A análise revelou pela primeira vez detalhes da supergranulação no polo sul do Sol, uma estrutura composta por células de plasma quente, que podem ser de duas a três vezes maiores que a Terra.
Esses supergrânulos demonstram como o plasma se comporta na superfície solar, transportando as linhas do campo magnético em uma complexa teia. As descobertas indicam que o campo magnético se move em direção aos polos a uma velocidade de 10 a 20 metros por segundo, um dado que supera as medições anteriores e sugere novas dinâmicas no comportamento magnético da estrela.
Implicações das descobertas para a ciência solar
Os pesquisadores afirmam que as novas informações sobre o campo magnético do Sol são cruciais para uma compreensão mais ampla da dinâmica solar. Embora tenha sido um avanço significativo, ainda existem questões em aberto sobre como esses fluxos de plasma se comportam nas regiões polares e se as velocidades do campo magnético realmente diminuem nessas áreas. As investigações continuam, e novas imagens e dados da Solar Orbiter podem ajudar a esclarecer esses pontos no futuro.
As descobertas recentes têm o potencial de revolucionar a forma como entendemos não apenas o Sol, mas também as interações solares com a Terra e o espaço ao nosso redor. Com isso, a ciência avança em direção a um futuro onde a compreensão do comportamento solar pode levar a previsões mais precisas de fenômenos que afetam o nosso planeta.




