Galípolo reafirma falta de sinais do BC sobre próximos passos da política monetária

Presidente do Banco Central destaca a importância dos dados na condução da política monetária

Galípolo reafirma falta de sinais do BC sobre próximos passos da política monetária
Gabriel Galípolo apresenta relatório sobre a política monetária. Foto: Alexandre Boiczar / Banco Central

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirma que não há sinais claros sobre os próximos passos da política monetária.

Na última quarta-feira (12), durante a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) em São Paulo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enfatizou que a autarquia não sinalizou quaisquer próximos passos sobre a política monetária, afirmando que “se você entendeu algum sinal na comunicação sobre o futuro, entendeu errado”. Essa declaração reflete a postura cautelosa do BC em meio à incerteza econômica.

Galípolo reafirmou o compromisso do Banco Central com a meta de inflação, destacando que a comunicação da autarquia se baseia na leitura atual do colegiado, mostrando uma abordagem “humilde e modesta” diante das incertezas que permeiam a economia. “Esse é um BC que tem calcado a sua comunicação em fatos e dependência de dados”, declarou o presidente.

O impacto da política monetária na economia

O presidente do BC ressaltou que a política monetária está mostrando resultados, ainda que de forma lenta e gradual. Ele observou que o aumento das taxas de juros trouxe um impacto significativo no custo de capital para famílias e empresas. “O aumento do custo de capital não gerou uma queda, mas uma desaceleração no crescimento”, afirmou Galípolo, evidenciando a relação entre as taxas de juros e a atividade econômica.

Em sua apresentação, Galípolo também abordou a recente decisão do Banco Central de considerar a isenção do Imposto de Renda (IR) nas projeções econômicas. Ele enfatizou que essa decisão é preliminar e que reflete a postura dependente de dados do BC. Ele comparou essa abordagem à incorporação de medidas como o pagamento de precatórios e a liberação de crédito consignado privado, indicando uma estratégia que, até o momento, se mostrou eficaz.

Expectativas de inflação e vigilância contínua

Galípolo expressou sua preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação, mencionando que o colegiado do BC continua desconfortável com essa situação em todos os horizontes. Ele destacou a importância de continuar monitorando as consequências de decisões econômicas, para entender como elas impactam a economia em um cenário mais amplo. “Vamos continuar assistindo para entender qual é o desdobramento e qual é o impacto efetivo de uma medida como essa”, concluiu.

A declaração de Galípolo reafirma a necessidade de um banco central que mantém uma comunicação clara e baseada em dados, em um momento de incertezas econômicas e desafios inflacionários. Essa abordagem é essencial para garantir a confiança dos agentes econômicos e a estabilidade financeira no país.

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