Líder indígena se manifesta contra perfuração na Amazônia e a Ferrogrão durante a COP30
Cacique Raoni Metuktire critica exploração de petróleo e a Ferrogrão, prometendo cobrar Lula na COP30.
Cacique Raoni se pronuncia sobre a exploração de petróleo na Amazônia
O líder indígena Raoni Metuktire, reconhecido mundialmente por sua defesa da Amazônia, fez duras críticas à exploração de petróleo próximo à costa amazônica durante a COP30, realizada em Belém do Pará. Raoni, em um evento com outros líderes indígenas, afirmou que não hesitará em “puxar a orelha” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso suas demandas não sejam ouvidas.
“Eu vou marcar um encontro com ele, e se precisar, vou puxar a orelha dele pra ele me ouvir”, declarou Raoni, enfatizando a necessidade de diálogo com o governo. Ele frisou, em uma coletiva de imprensa, que é um apoiador do presidente Lula, mas que espera respeito às pautas indígenas e ambientais.
A barqueata e as preocupações sobre o meio ambiente
Durante a coletiva, Raoni e outros líderes indígenas participaram de uma “barqueata” pelo rio Guamá, simbolizando a abertura da Cúpula dos Povos, um evento paralelo às negociações da COP30. O cacique expressou preocupação com a perfuração de petróleo na Foz do Amazonas e a construção da Ferrogrão, uma ferrovia de quase 1.000 quilômetros que cruzará o Brasil para escoar a produção agrícola.
“Estou acompanhando que o governo quer perfurar petróleo na Foz do Amazonas. Estou acompanhando que o governo está trabalhando para fazer uma ferrovia para escoamento de produtos perto das nossas terras”, destacou Raoni, enfatizando que essas iniciativas podem aumentar o desmatamento e prejudicar a biodiversidade da região.
Críticas ao projeto da Ferrogrão
Raoni também criticou o projeto da Ferrogrão, que conectará o município de Sinop, no Mato Grosso, ao porto de Miritituba, no Pará. Ele alertou que a construção da ferrovia poderia intensificar a exploração das terras indígenas e agravar a situação ambiental. O cacique ressaltou a necessidade de proteger a Amazônia, que é vital para o equilíbrio climático do planeta.
O papel do governo e o desmatamento
Embora o governo Lula tenha recebido críticas por sua postura em relação à exploração de petróleo, é importante notar que o desmatamento na Amazônia tem mostrado uma tendência de queda desde que ele reassumiu o poder, após um período de aumento significativo durante a gestão anterior. Raoni, que participou simbolicamente da posse de Lula em janeiro de 2023, espera que o presidente leve em consideração as vozes dos povos indígenas na formulação de políticas que afetam suas terras.
Conclusão
A postura de Raoni durante a COP30 reflete a luta contínua dos povos indígenas pela preservação de suas terras e do meio ambiente. Com suas críticas à exploração de petróleo e a Ferrogrão, ele busca alertar o governo sobre a importância de respeitar os direitos indígenas e a urgência de uma abordagem sustentável para o desenvolvimento no Brasil.
