Brasil destaca avanço no monitoramento de secas durante a COP30

Iniciativa da Embrapa mostra resultados significativos no controle das secas no país

Brasil destaca avanço no monitoramento de secas durante a COP30
Foto: Dulvivânica Freitas

Brasil apresenta progresso no monitoramento de secas na COP30, com dados que auxiliam na gestão de crises hídricas.

Avanços do Programa Monitor de Secas do Brasil na COP30

A participação da Embrapa na COP30, realizada em 11 de novembro, ressaltou a relevância do monitoramento de secas para a sustentabilidade das práticas agropecuárias. Durante a programação da AgriZone, foi apresentado o progresso do Programa Monitor de Secas, coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e suportado por mais de 60 instituições.

Apresentação e Importância do Monitor

A apresentação foi conduzida por Alessandra Daibert, coordenadora de Articulação pela Gestão de Eventos Críticos da ANA. Ela destacou que o Monitor de Secas é uma ferramenta mensal para acompanhar a severidade e os impactos das secas, enfatizando que não se trata de um sistema de previsão, mas de um acompanhamento baseado em evidências meteorológicas, hidrológicas e agrícolas.

Tecnologias e Dados Utilizados

Segundo Alessandra, o monitor utiliza dados de campo, onde observadores locais validam as informações técnicas. O foco do programa é a seca relativa, fazendo comparações entre a situação atual e a condição normal de cada região. Indicadores como o SPI (precipitação padronizada) e o SPEI (precipitação e evapotranspiração) são empregados para determinar cinco níveis de severidade, indo de seca fraca a seca excepcional.

Expansão do Monitor de Secas

Criado inicialmente como um projeto-piloto na região Nordeste em 2014, o programa foi expandido para todo o Brasil e, desde janeiro de 2024, cobre 100% do território nacional. A produção do mapa nacional conta com uma rede de autores, validadores e observadores, com um ciclo mensal de análise e validação que dura cerca de 14 dias. O Monitor de Secas já se tornou uma referência para políticas públicas, sendo utilizado pela Defesa Civil Nacional para decretar emergências.

Desafios e Oportunidades Futuras

Alessandra Daibert mencionou os próximos desafios, como o fortalecimento das redes de observadores na Amazônia, onde a densidade de monitoramento é menor. Também foi discutida a criação de um banco de dados sobre os impactos regionais da seca, que busca caracterizar melhor os efeitos em biomas diferentes, incluindo a agricultura nordestina e a navegação na Amazônia. Além disso, estão sendo desenvolvidas tabelas regionais que substituem modelos estrangeiros, adaptando-se às especificidades brasileiras.

Cooperação Internacional

Sobre a cooperação técnica, a ANA iniciou diálogos com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e o Centro de Investigação do Fenômeno El Niño (CIFEM) para estabelecer um Monitor de Secas da América do Sul, ampliando o intercâmbio de dados e experiências no combate à escassez hídrica. Essa colaboração é vista como uma oportunidade para fortalecer as capacidades de monitoramento e resposta a secas na região.

Em conclusão, a COP30 se mostrou um importante palco para a discussão e divulgação dos avanços no monitoramento de secas, evidenciando como iniciativas como o Programa Monitor de Secas podem contribuir para uma gestão mais eficaz dos recursos hídricos no Brasil.

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