Produtores enfrentam baixa rentabilidade e desafios tecnológicos na colheita de trigo

A safra de trigo no Rio Grande do Sul avança, mas produtores enfrentam baixa rentabilidade e desafios com tecnologia.
Safra de trigo avança no Rio Grande do Sul com desafios econômicos
A safra de trigo no Rio Grande do Sul está em um momento crucial, com aproximadamente 50% da colheita finalizada. O tema foi discutido em uma reunião do Conselho da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), liderada pelo presidente Paulo Pires.
Desafios enfrentados pelos produtores
Durante a reunião, Pires destacou que a quantificação exata da colheita é difícil, pois os dados variam entre os departamentos técnicos das cooperativas. A expectativa inicial dos produtores era colher entre 70 a 80 sacas por hectare; no entanto, o uso reduzido de tecnologia comprometeu esses números. Muitos agricultores optaram por uma abordagem de “legítima defesa” em sua produção, usando menos tecnologia, o que não é o ideal para maximizar a produtividade.
Impacto da baixa rentabilidade
A realidade da safra de trigo é marcada por um volume maior de produto de qualidade inferior, com um rendimento que não atende às expectativas. Pires estima que a safra ultrapasse 3,7 milhões de toneladas, mas a rentabilidade está aquém do desejado, gerando frustração entre os produtores. Um exemplo alarmante é o de um produtor que, ao colher 50 sacas por hectare, pode ter um resultado negativo ao vender a R$ 56,00 por saca. Essa situação revela a gravidade da crise enfrentada.
Comparação com outras culturas
Em contraste, a canola apresenta um cenário diferente. Apesar de ocupar uma área menor, há um interesse crescente dos produtores em aumentar o cultivo, o que pode beneficiar o trigo. Pires observa que a rotação de culturas é benéfica para o controle de pragas e doenças, além de melhorar o sistema produtivo como um todo.
Perspectivas futuras
O presidente da FecoAgro/RS enfatiza que a situação econômica dos produtores de trigo é preocupante. Sem políticas públicas eficazes que ofereçam suporte, a tendência é de redução na área cultivada no próximo ano. A falta de renda e o alto risco de produção levam os agricultores a operar sem seguros, aumentando a vulnerabilidade do setor. A esperança é que os preços melhorem, permitindo que a cultura do trigo continue a ser uma alternativa viável no inverno gaúcho, contribuindo para a preservação do solo e geração de renda.
Conclusão
A safra de trigo no Rio Grande do Sul avança, mas os desafios são grandes. A baixa rentabilidade e a necessidade de maior investimento em tecnologia são fatores cruciais que precisam ser abordados para garantir a viabilidade dessa cultura importante para o estado.


