Rover da NASA identifica rocha incomum com alta concentração de ferro e níquel no planeta vermelho
O rover Perseverance da NASA encontrou uma rocha incomum em Marte que pode ser um meteorito de ferro-níquel.
Perseverance Marte e a descoberta de Phippsaksla
No dia 13 de outubro de 2023, a NASA anunciou que o rover Perseverance detectou uma rocha incomum em Marte, conhecida como Phippsaksla. Este objeto, que pode ser um meteorito de ferro-níquel, se destaca por suas características únicas em comparação ao terreno plano e fraturado da cratera Jezero, onde o Perseverance realiza suas investigações desde 2021.
Características da rocha Phippsaksla
Com um diâmetro de aproximadamente 80 cm, a rocha foi fotografada pelo Perseverance em duas ocasiões, nos dias 2 e 19 de setembro. No entanto, sua descoberta só foi revelada recentemente devido a uma paralisação dos sistemas governamentais dos Estados Unidos, que afetou as comunicações da NASA. Caso Phippsaksla se confirme como um meteorito, esta será a primeira identificação desse tipo pelo Perseverance, o que representa um marco significativo para a missão.
Análises do SuperCam e implicações
Utilizando o instrumento SuperCam, a equipe do Perseverance analisou a composição da rocha e determinou que ela possui uma alta concentração de ferro e níquel. Essa composição é comumente associada a meteoritos que se originam de grandes asteroides, sugerindo que Phippsaksla não se formou em Marte, mas foi trazida de outro lugar no espaço. Candice Bedford, pesquisadora da Universidade de Purdue, ressaltou que a ausência de meteoritos de ferro-níquel na cratera Jezero era inesperada, considerando a história geológica da região.
Meteoritos em Marte: uma história em construção
Desde 2005, a Sociedade Meteorítica já reconheceu 15 meteoritos em Marte, todos detectados por rovers. Os cientistas estimam que, na Terra, cerca de 48,5 toneladas de meteoritos nos atingem diariamente, embora muitos queimem na atmosfera. Na história da Terra, foram reconhecidos 175 meteoritos marcianos. A resistência desses meteoritos à erosão em Marte pode explicar sua presença em terrenos planos, ao invés de crateras, onde se esperaria encontrá-los.
Próximos passos na pesquisa
Enquanto a equipe do Perseverance se prepara para realizar mais análises, o rover se desloca para investigar rochas mais antigas, que datam de impactos anteriores fora da cratera Jezero. A confirmação de Phippsaksla como um meteorito pode colocar o Perseverance ao lado de outros rovers que contribuíram para o conhecimento sobre meteoritos em Marte, aumentando a compreensão sobre a história geológica do planeta vermelho. Os cientistas aguardam ansiosamente os resultados das próximas investigações para determinar a origem exata dessa rocha intrigante.
