Queda nas exportações de carne bovina gera perda de US$ 700 milhões no Brasil

Aumento de vendas para outros países ajuda a compensar as perdas com tarifas nos EUA

Queda nas exportações de carne bovina gera perda de US$ 700 milhões no Brasil
Vitrine de um açougue de São Paulo. Foto: Vitrine de um açougue de São Paulo

Exportações de carne bovina do Brasil enfrentam desafios com tarifas dos EUA, resultando em perdas significativas.

Queda nas exportações de carne bovina gera perda significativa

Entre agosto e outubro de 2025, o Brasil enfrentou perdas de aproximadamente US$ 700 milhões nas exportações de carne bovina devido a tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos. Apesar desse desafio, as exportações totais de carne bovina em outubro alcançaram uma receita de US$ 1,897 bilhão, refletindo um crescimento de 37,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, com 360,28 mil toneladas movimentadas, o que representa um aumento de 12,8%.

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) revelou que a queda nas exportações para os Estados Unidos foi compensada por um aumento nas vendas para outros mercados. No acumulado de 2025, as exportações totais já somam um recorde de US$ 14,655 bilhões, alta de 36% sobre o ano anterior, com uma movimentação de 3.148 mil toneladas, um aumento de 18% na comparação anual.

Impacto das tarifas sobre as exportações para os Estados Unidos

As vendas de carne bovina para os Estados Unidos, que é o segundo maior cliente do Brasil neste segmento, mostraram uma queda significativa. Em outubro, as exportações de carne bovina in natura para os EUA recuaram 54% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando apenas US$ 58 milhões. O segmento de carne bovina industrializada também registrou uma queda de 20,3%, alcançando US$ 24,9 milhões, enquanto o sebo e outras gorduras bovinas tiveram um recuo de 70,4%, totalizando apenas US$ 5,7 milhões.

Considerando o período de janeiro a outubro de 2025, as exportações totais de carnes e derivados bovinos para os Estados Unidos aumentaram 40,4% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior, alcançando US$ 1,796 bilhão. Esse resultado é reflexo do ritmo acelerado das exportações antes da implementação das tarifas.

Vendas para outros mercados crescem

Apesar das perdas enfrentadas com as tarifas dos EUA, as exportações para outros países, como a China, ajudaram a compensar a queda. De janeiro a outubro de 2025, as exportações para a China totalizaram US$ 7,060 bilhões, com um aumento de 45,8% em comparação ao ano anterior, e 1.323 mil toneladas exportadas, representando uma alta de 21,4%.

Além disso, a União Europeia se destacou como o segundo maior destino das exportações brasileiras de carne bovina. Em outubro, as vendas para o bloco europeu cresceram 112% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando US$ 140 milhões. No acumulado de 2025, as vendas para a União Europeia aumentaram 70,2%, somando US$ 815,9 milhões, com preços médios de US$ 8.362 por tonelada de carne bovina in natura.

Perspectivas futuras para as exportações de carne bovina

A Abrafrigo afirmou que, embora as perdas nas exportações para os Estados Unidos tenham sido compensadas pelo crescimento em outros mercados, as exportações de carne bovina do Brasil poderiam ser ainda maiores na ausência das tarifas punitivas impostas pelo governo americano. A associação ressaltou a necessidade de estratégias para contornar os desafios impostos por essas tarifas e aproveitar o potencial de crescimento em mercados emergentes.

O cenário atual aponta para um fortalecimento das relações comerciais com países que demonstram interesse em aumentar as importações de carne brasileira, o que poderá contribuir para a recuperação e expansão das exportações nos próximos meses.

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