Senador alagoano manifesta descontentamento durante negociações sobre projeto de lei polêmico

Renan Calheiros critica jantar de Derrite com ex-presidentes Lira e Cunha em meio a negociações do PL Antifacção.
Renan Calheiros critica jantar entre Derrite, Lira e Cunha no contexto do PL Antifacção
Em 16 de novembro de 2025, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) expressou sua insatisfação em relação ao deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator do PL Antifacção, após um jantar polêmico com os ex-presidentes da Câmara, Arthur Lira e Eduardo Cunha. Este evento ocorreu em um momento delicado, com a votação do projeto de lei adiando devido à falta de consenso entre os integrantes da Câmara e críticas contundentes do governo.
O PL Antifacção, que visa endurecer as leis contra facções criminosas, tem gerado um intenso debate político. Renan utilizou suas redes sociais para criticar não apenas Derrite, mas também Lira, seu adversário político em Alagoas, afirmando que “combater o crime é não tomar aulas e não jantar com eles”. Essa declaração reflete um clima de tensão entre os parlamentares, especialmente em um cenário onde a segurança pública é uma preocupação central.
Adiamento da votação do PL Antifacção
O pedido de adiamento foi feito por Derrite ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que aceitou a solicitação. A votação, que estava marcada para ocorrer em um dia anterior, foi reagendada para o dia 18 de novembro. Durante as negociações que precederam o adiamento, Derrite enfrentou pressão de líderes partidários e governadores para ajustar o texto do projeto, que já passou por quatro versões.
As mudanças propostas incluem a retirada de cláusulas que poderiam causar interferências externas nas operações da Polícia Federal e a exclusão de dispositivos que enquadrariam condutas de facções criminosas na Lei Antiterrorismo. Essas alterações foram vistas como tentativas de apaziguar diferentes grupos políticos, mas até o momento, não foram suficientes para garantir um consenso sobre o texto.
Implicações políticas do encontro
O jantar que motivou as críticas de Renan Calheiros não é apenas um encontro social, mas tem implicações diretas nas articulações políticas em Brasília. Com a proximidade das eleições e a necessidade de formar alianças, a relação entre os deputados se torna cada vez mais complexa. A presença de figuras como Eduardo Cunha, que tem um histórico controverso, eleva a atenção sobre as escolhas e associações feitas por Derrite neste momento crítico.
Renan, ao criticar publicamente o relator do PL, demonstra não apenas seu descontentamento, mas também uma tentativa de se posicionar como um defensor da segurança pública e da ética política. Ele sublinha que associar-se a figuras envolvidas em escândalos pode comprometer a imagem e a eficácia de quem busca promover mudanças na legislação.
Questões em aberto
Com a votação do PL Antifacção se aproximando, a pressão sobre Derrite e os demais parlamentares aumentará. O desafio será encontrar um equilíbrio entre os diversos interesses e a necessidade de uma legislação que realmente enfrente as facções criminosas sem comprometer os direitos e a autonomia das instituições responsáveis pela segurança pública. A ausência de consenso e a dificuldade em aprovar um texto que satisfaça a todos os lados indicam que os próximos dias serão decisivos para o futuro do PL e para a dinâmica política no Congresso.
Renan Calheiros, por sua vez, continua a se posicionar como uma voz ativa nas discussões sobre segurança e ética política, enquanto a situação do PL Antifacção permanece incerta. Com o cenário político em constante mudança, as relações e alianças formadas agora poderão ter reflexos significativos nas próximas votações e na condução das políticas públicas no Brasil.
Fonte: www.metropoles.com



