Adriana Kugler deixou o cargo sob apuração por infrações às regras da instituição.
(Al Drago/Bloomberg)
Ex-diretora do Fed, Adriana Kugler, deixou cargo sob investigação por violação das regras de ética da instituição.
Investigação ética e a saída de Adriana Kugler do Fed
A ex-diretora do Federal Reserve (Fed), Adriana Kugler, deixou seu cargo em agosto de 2024 sob investigação interna por violação das regras de ética da instituição. A situação veio à tona com a divulgação de documentos que revelam as tentativas de Kugler de resolver problemas relacionados a suas participações financeiras. O presidente do Fed, Jerome Powell, negou seu pedido de dispensa das regras antes de uma importante reunião de política monetária, levando à sua renúncia.
Circunstâncias da renúncia
Kugler, que foi nomeada para o Fed pelo presidente Joe Biden em setembro de 2023, anunciou sua saída em 1º de agosto, com efeito em 8 de agosto, quase seis meses antes do término de seu mandato. A ex-diretora não participou de uma reunião programada para o final de julho, alegando questões pessoais. Contudo, a investigação revelou que sua ausência estava ligada a complicações éticas, pois Kugler havia solicitado autorização para realizar transações financeiras que poderiam ser consideradas irregulares.
Violações de regras de ética
Os documentos divulgados mostram que Kugler realizou negociações não reveladas de ações individuais em 2024, algumas das quais ocorreram durante períodos de blackout, quando as transações são proibidas para autoridades do Fed. As ações incluíram empresas como Materialise NV, Southwest Airlines e Apple Inc. Em uma declaração, Kugler alegou que algumas das transações foram realizadas sem seu conhecimento pelo cônjuge, mas isso não isentou a responsabilidade dela pelas violações.
Reação e consequências
As autoridades de ética do Fed encaminharam o caso ao inspetor-geral, que confirmou que a investigação está em andamento. A situação de Kugler ocorre em um contexto de maior escrutínio das práticas de negociação dentro do Fed, especialmente após escândalos anteriores que levaram a reformas nas regras de investimento e negociação para altos funcionários. A senadora Elizabeth Warren e outros legisladores exigiram maior transparência e responsabilidade na condução das operações do Fed.
Chamado à transparência
A saída prematura de Kugler abriu espaço para que o presidente Donald Trump indicasse um aliado para o banco central. Stephen Miran, que ocupou temporariamente o cargo de conselheiro econômico de Trump, foi nomeado para a vaga. A situação gerou discussões sobre a necessidade de fortalecer a integridade e transparência das operações do Fed, com legisladores de ambos os partidos pedindo a aprovação de novas legislações para garantir uma governança mais responsável.
A investigação sobre Adriana Kugler e suas alegações de violação ética levantam questões importantes sobre a ética e a transparência nas operações financeiras das autoridades do Fed, refletindo uma preocupação crescente em relação à confiança pública em instituições financeiras.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: Adriana Kugler (Al Drago/Bloomberg)
