Um mês sem definição sobre o sucessor do ministro aposentado revela incertezas políticas

Após um mês da aposentadoria de Barroso, Lula ainda não definiu o substituto no STF.
Indicação para o STF segue indefinida um mês após saída de Barroso
No dia 18 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) ficou com uma cadeira vaga devido à aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. Desde então, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não anunciou o nome do substituto, gerando expectativa e pressão entre os senadores e aliados do governo.
A principal especulação gira em torno de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, que é visto como o favorito para a vaga. Contudo, Lula aguarda uma conversa decisiva com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também é cogitado para a posição. Essa conversa é considerada fundamental antes de qualquer anúncio oficial.
Pressão crescente por uma definição
A expectativa inicial era que a indicação ocorresse ainda em outubro, mas a situação se arrastou. A pressão aumentou após a recente votação da recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que foi aprovada por uma margem extremamente apertada, levantando alertas sobre a possível resistência na sabatina de Messias.
Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, acredita que a nomeação de Messias não encontrará tanta resistência. “Não vejo ele arestado com nenhum segmento aqui do Senado”, afirmou. No entanto, a situação política é delicada, já que a aprovação de Messias depende do apoio de Pacheco e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A história das indicações de Lula ao STF
Com a próxima nomeação, Lula terá indicado 11 ministros ao STF desde o início de seu primeiro mandato. Historicamente, Lula levou 51 dias para indicar Cristiano Zanin, o substituto de Ricardo Lewandowski, e 58 dias para nomear Flávio Dino após a saída de Rosa Weber. Agora, a expectativa é que a escolha de Messias aconteça em um prazo semelhante.
Jorge Messias, se aprovado ainda em 2025, poderá permanecer na Corte até 2055, conforme as regras de aposentadoria compulsória. Ele é considerado um nome de confiança para Lula, o que torna sua indicação ainda mais relevante no contexto político atual.
Desafios e incertezas na nomeação
A demora na indicação de um novo ministro do STF é interpretada como uma tentativa de Lula de não se indispor com Pacheco e Alcolumbre, que são aliados cruciais para o governo. Pacheco, em particular, é visto como uma importante figura na política mineira, e seu apoio é fundamental para Lula, especialmente considerando a próxima eleição para o governo de Minas Gerais.
Caso Messias não seja indicado e enfrentar uma rejeição no Senado, isso representaria um marco inédito na história do país. A dinâmica política atual sugere que a aprovação de sua indicação depende fortemente do clima no Senado, incluindo o apoio ou a oposição de Pacheco e Alcolumbre.
Portanto, a situação continua em aberto, e todos aguardam a decisão de Lula sobre a indicação para o STF, que pode impactar significativamente a composição e o funcionamento da Suprema Corte nos próximos anos.
Fonte: www.metropoles.com



