Estimativa abaixo do teto da meta do Banco Central é influenciada pela redução das tarifas de energia

Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 4,46%, abaixo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central.
Previsão da inflação em 2023 cai para 4,46%
Após a divulgação da inflação de outubro, que registrou a menor taxa para o mês em quase 30 anos, o mercado financeiro atualizou sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A nova estimativa, que passou de 4,55% para 4,46%, se alinha ao intervalo da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central do Brasil. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual, portanto, o limite superior é de 4,5%.
Impactos da inflação reduzida
A redução das tarifas de energia elétrica desempenhou um papel crucial na diminuição do IPCA, que fechou outubro em apenas 0,09%. Esse resultado é o menor para o mês desde 1998. Para fins de comparação, em setembro, a inflação tinha sido de 0,48%, e em outubro do ano anterior, a variação atingiu 0,56%. Com essa nova taxa, a inflação acumulada em 12 meses foi para 4,68%, marcando a primeira vez em oito meses que o índice ficou abaixo da marca de 5%, embora ainda acima do teto da meta do CMN.
Instrumentos de controle da inflação
Para manter a inflação dentro da meta, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 15% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve essa taxa pela terceira vez consecutiva em sua última reunião, realizada no início deste mês. Apesar de a inflação ter recuado, o colegiado não descarta a possibilidade de novos aumentos nos juros caso a situação econômica assim exija. O BC também alertou sobre a incerteza do ambiente econômico externo, especialmente devido à política econômica dos Estados Unidos.
Expectativas para os próximos anos
As previsões para a inflação nos anos seguintes mantêm-se estáveis, com 4,2% projetados para 2026, seguidos de 3,8% e 3,5% para 2027 e 2028, respectivamente. A expectativa dos economistas é que a Selic permaneça em 15% até o final de 2025, com uma redução gradual prevista para os anos subsequentes. A taxa deve cair para 12,25% em 2026 e continuar a diminuição para 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
Crescimento econômico e cotação do dólar
O boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, também aponta que a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 é de 2,16%. Para 2026, a projeção é de 1,78%, enquanto para 2027 e 2028, espera-se um crescimento de 1,88% e 2%, respectivamente. O dólar é previsto a R$ 5,40 no fim deste ano, e a previsão é que chegue a R$ 5,50 até o final de 2026. O crescimento econômico, impulsionado por expansões nos setores de serviços e indústria, foi de 0,4% no segundo trimestre de 2023, com uma alta de 3,4% em 2024, representando o quarto ano consecutivo de crescimento, o maior desde 2021.



