Pesquisadores buscam testar a relatividade geral através de novas observações

Novas observações de buracos negros podem testar a relatividade geral de Einstein.
Avanços na observação de buracos negros e a teoria de Einstein
A pesquisa publicada na revista Nature Astronomy destaca que as futuras imagens de buracos negros poderão testar a teoria de Einstein de forma mais rigorosa. As observações têm o potencial de revelar discrepâncias entre as previsões da relatividade geral e modelos alternativos de gravidade.
Os pesquisadores propõem que essas novas imagens permitirão uma comparação mais detalhada entre diferentes teorias, revelando diferenças importantes que até então não eram visíveis. Atualmente, as imagens capturam sombras moldadas pelo gás quente que orbita os buracos negros, mas simulações avançadas prometem mostrar detalhes que podem fazer a diferença entre as teorias.
Importância das imagens detalhadas
Os registros atuais, obtidos pelo Telescópio do Horizonte de Eventos (EHT), mostraram o buraco negro no centro da galáxia M87 em 2019 e Sagitário A (Sgr A) em 2022. Esses registros não mostram diretamente os buracos negros, já que a luz não pode escapar de sua gravidade intensa, mas revelam o brilho do gás superaquecido que os orbita, bem como a sombra projetada no centro.
Os pesquisadores acreditam que, com a melhoria nas técnicas de observação, será possível registrar essa sombra com uma nitidez que permitirá distinguir pequenas diferenças entre a relatividade geral de Einstein e teorias que desafiam essa visão. Para isso, foi desenvolvido um método que compara imagens sintéticas produzidas por simulações tridimensionais de gases e campos magnéticos ao redor dos buracos negros.
Teorias alternativas à relatividade geral
A relatividade geral, proposta por Einstein em 1915, descreve a gravidade como a curvatura do espaço-tempo. Contudo, a singularidade dos buracos negros — onde a física conhecida falha — gera questionamentos sobre a completude dessa teoria. Teorias alternativas, como o buraco negro de Kerr, que inclui a rotação, coexistem com propostas mais radicais, sugerindo que a gravidade em condições extremas pode ser diferente do que a relatividade propõe.
O desafio em se observar diretamente o interior dos buracos negros faz com que a sombra projetada se torne um dos melhores indicadores para diferenciar entre essas teorias. Detalhes como pequenas variações no formato da sombra e nos anéis de luz ao redor dela podem fornecer pistas valiosas sobre a natureza desses objetos.
A expectativa para o futuro
O autor principal do estudo, Akhil Uniyal, da Universidade Jiao Tong de Xangai, ressalta que a precisão das futuras observações é crucial. Pequenas variações na geometria do espaço-tempo podem alterar significativamente a aparência das sombras, o que pode ajudar a entender melhor como o gás se acumula e como a radiação é emitida. Algumas teorias até preveem a ausência de um horizonte de eventos, o que resultaria em assinaturas totalmente diferentes.
As diferenças, embora sutis, são mensuráveis e, com a evolução das tecnologias de observação, deverão ser identificadas com precisão. O estudo também destaca que as discrepâncias entre os modelos aumentam de forma previsível à medida que a resolução das imagens melhora.
Os próximos passos da pesquisa incluem ampliar a rede de telescópios do EHT e explorar novas técnicas de interferometria no espaço. Com essas inovações, os cientistas esperam não apenas confirmar as teorias atuais, mas também explorar se os buracos negros se comportam de maneira diferente do que a relatividade geral prevê, abrindo portas para novos entendimentos sobre a gravidade.




