Dados recentes indicam uma reversão do trabalho remoto após a pandemia

Pesquisa do IBGE mostra que o trabalho remoto perdeu força em 2024, refletindo mudanças no mercado de trabalho.
Home office: uma queda em 2024
Novos dados divulgados nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Emprego (IBGE) sobre o mercado de trabalho em 2024, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, indicam que o home office perdeu força, caindo para 7,9% após atingir 8,4% em 2022. Essa reversão parcial destaca a tendência de retorno ao trabalho presencial, especialmente em setores que se adaptaram ao modelo remoto durante a pandemia.
O novo perfil do mercado de trabalho
A pesquisa revela que, em 2024, 59,4% da população ocupada no setor privado (equivalente a 49,9 milhões de pessoas) trabalha em estabelecimentos próprios. Este crescimento de 3,2% em relação ao ano anterior sugere um fortalecimento do empreendedorismo, especialmente dentro de um mercado que ainda enfrenta desafios de informalidade. O IBGE aponta que o aumento de micro e pequenos negócios é fundamental para a estrutura econômica do país.
Desigualdades regionais e de gênero
A PNAD também revela diferenças significativas entre regiões. O Sul (65,0%) e Sudeste (64,0%) lideram a proporção de trabalhadores em estabelecimentos próprios, enquanto o Norte (47,9%) e Nordeste (49,5%) apresentam números inferiores, refletindo desigualdades produtivas históricas. Em relação ao sexo, 72,1% das mulheres trabalham em estabelecimentos próprios, em comparação com 51,7% dos homens, evidenciando a crescente presença do empreendedorismo feminino.
Trabalho rural em declínio
O trabalho rural, que representa atualmente 8,6% da força de trabalho, também mostra um encolhimento consistente, com uma queda de 24,5% desde 2012. Essa migração estrutural do trabalho rural para o urbano indica uma mudança nas dinâmicas de emprego, com uma crescente mecanização e deslocamento para ocupações ligadas a serviços.
A ascensão das plataformas digitais
O número de trabalhadores atuando em veículos automotores, como motoristas de aplicativo e entregadores, chegou a 4,1 milhões em 2024, evidenciando um crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete a expansão das plataformas digitais e a consolidação da gig economy no Brasil.
Formalização e desigualdade no emprego
A PNAD também mostra que o grupo de empregadores e trabalhadores por conta própria atingiu 29,8 milhões de pessoas, com apenas 33,6% desse grupo possuindo CNPJ. A formalização é desigual, com 80% dos empregadores tendo CNPJ, contra apenas 25,7% dos trabalhadores autônomos. As diferenças na formalização também estão ligadas ao nível de educação, com quase metade dos trabalhadores com ensino superior registrados formalmente, enquanto apenas 11% dos sem instrução têm esse registro.
Conclusão: um mercado adaptativo, mas desigual
A fotografia do mercado de trabalho em 2024, segundo os dados do IBGE, revela que, embora haja uma adaptação, as desigualdades regionais, educacionais e de gênero continuam a ser desafios centrais. O cenário atual exige atenção para entender as dinâmicas econômicas e as oportunidades que podem surgir nesse contexto.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: PNAD Contínua




