A prevenção é fundamental para proteger a saúde dos equinos e a economia do setor equestre

A gripe equina é uma enfermidade respiratória que pode causar surtos devastadores entre cavalos. A vacinação é essencial para a prevenção.
Gripe equina: um desafio para a saúde dos equinos
A gripe equina, ou influenza equina, é uma das doenças respiratórias mais preocupantes no manejo de cavalos. Causada pelos vírus Influenza A H7N7 e H3N8, essa enfermidade é altamente contagiosa e pode afetar não apenas cavalos, mas também burros e mulas. Apesar de raramente ser fatal, a rápida disseminação do vírus gera impactos econômicos significativos, especialmente em regiões com intensa movimentação de equinos para competições, leilões e transporte internacional.
Como ocorre a transmissão da gripe equina
O contágio da gripe equina acontece principalmente pela via respiratória. Cavalos infectados eliminam o vírus ao tossir ou espirrar, transmitindo-o rapidamente a outros animais próximos. O risco de infecção aumenta em populações não vacinadas, onde a taxa de infecção pode chegar a quase 100%. O vírus também pode ser transferido indiretamente por roupas, equipamentos e até pelas mãos de tratadores.
O período de incubação da doença é curto, variando entre 1 e 3 dias, podendo chegar a apenas 18 horas em casos experimentais. Essa característica explica a rapidez com que surtos podem se instalar em cavalariças, baias coletivas ou durante eventos equestres.
Sintomas e diagnóstico da gripe equina
Os sinais clínicos da gripe equina aparecem de forma repentina e podem comprometer o desempenho dos animais. Entre os principais sintomas estão:
- Febre alta (até 41 °C)
- Tosse seca e persistente, que pode durar várias semanas
- Secreção nasal e ocular, que inicialmente é serosa e posteriormente se torna mucoide ou mucopurulenta
- Fraqueza, apatia e perda de apetite
- Queda no desempenho esportivo, especialmente em cavalos de corrida
A tosse associada à gripe equina resulta da destruição do epitélio ciliado nas vias aéreas, reduzindo a capacidade do animal de eliminar muco e bactérias. A regeneração do epitélio pode levar semanas, deixando o animal vulnerável a infecções secundárias.
O diagnóstico pode ser realizado através de testes laboratoriais, como PCR e isolamento viral. Entretanto, em surtos, a rápida disseminação e a presença de tosse em vários animais já podem indicar a doença.
Tratamento e medidas de suporte
O tratamento da gripe equina é de suporte e inclui:
- Repouso absoluto para a recuperação das vias respiratórias
- Alimentação balanceada e acesso a água limpa
- Uso de anti-inflamatórios para controlar febre e desconforto
- Antibióticos, apenas quando há infecções bacterianas associadas
A maioria dos cavalos se recupera sem complicações, mas a doença pode gerar perdas econômicas significativas devido à interrupção de treinos e ao cancelamento de competições.
A importância da vacinação na prevenção
A vacinação periódica é a forma mais eficaz de proteção contra a gripe equina, aumentando a imunidade coletiva nos plantéis. No entanto, como o vírus sofre deriva antigênica, é necessário atualizar as vacinas conforme as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH), que monitora as cepas em circulação.
Outras medidas de prevenção incluem:
- Biosseguridade: evitar o contato de cavalos saudáveis com suspeitos, higienizar equipamentos e controlar a entrada de pessoas e veículos nas propriedades.
- Quarentena: isolar animais recém-chegados ou que participaram de eventos.
- Vigilância contínua: monitorar sintomas e agir rapidamente em caso de suspeita de surto.
Impactos econômicos da gripe equina
Historicamente, surtos de gripe equina já comprometeram a economia de países inteiros, especialmente quando os cavalos eram essenciais para o transporte. Atualmente, a doença ainda representa uma grande ameaça ao setor equestre, podendo cancelar competições e gerar restrições sanitárias. Além disso, a gripe equina não afeta apenas a saúde dos animais, mas também a sustentabilidade econômica da indústria que movimenta bilhões globalmente.
Os cuidados e a conscientização sobre a gripe equina são essenciais para garantir a saúde dos equinos e a continuidade das atividades equestres. A vacinação e a implementação de medidas preventivas são fundamentais para evitar surtos e proteger o setor.



