G20 se prepara para aprovar texto sobre minerais críticos

O encontro em Joanesburgo discute a extração e beneficiamento de minerais essenciais

G20 se prepara para aprovar texto sobre minerais críticos
Logo do G20 2025 na África do Sul.

O G20 discutirá a importância do beneficiamento de minerais críticos em países em desenvolvimento durante a cúpula em Joanesburgo.

G20 e a importância dos minerais críticos

O G20, grupo das maiores economias do mundo, se prepara para publicar um texto vital que reforça a necessidade de beneficiamento de minerais críticos em seus países de origem. Essa iniciativa é considerada um marco para os países em desenvolvimento, conforme afirmações do secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Philip Fox-Drummond Gough.

Nesta quarta-feira (19), o Ministério das Relações Exteriores realizou uma coletiva de imprensa em Brasília, antecipando a Cúpula de Líderes do G20, programada para o próximo sábado (22) e domingo (23) em Joanesburgo, na África do Sul, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O embaixador Gough, já na capital sul-africana, destacou que os minerais críticos são uma prioridade na agenda do país anfitrião.

Definição e relevância dos minerais críticos

Os minerais críticos são essenciais para setores estratégicos como tecnologia, defesa e transição energética. Eles incluem elementos como lítio, cobalto, níquel e terras raras, cuja oferta enfrenta riscos de escassez ou dependência de poucos fornecedores. O Brasil possui cerca de 10% das reservas mundiais desses recursos, segundo o Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram).

Durante a coletiva, Gough enfatizou a importância de se estabelecer princípios que guiem a extração e o beneficiamento desses minerais. “Um dos pontos mais importantes privilegia o beneficiamento na origem, nos países que extraem esses minerais”, afirmou. Essa abordagem visa agregar valor à produção local e atender às demandas dos países em desenvolvimento.

O contexto do G20 e suas negociações

O G20, criado em 1999, inicialmente reunia apenas ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, mas ao longo dos anos evoluiu para incluir chefes de Estado e governo. A cúpula deste ano será dividida em três sessões, e o principal documento será a declaração de líderes, que está sendo cuidadosamente negociada entre os embaixadores. Contudo, há resistência de alguns países quanto à declaração, principalmente devido à ausência dos Estados Unidos.

A posição da presidência sul-africana é que a declaração deve ser mantida, contando com o apoio firme do Brasil. A taxação dos super-ricos, defendida pelo Brasil no ano passado, também está entre os temas em pauta. Gough destacou a relevância desse assunto em um evento paralelo abordando desigualdades, uma das prioridades da presidência da África do Sul.

Compromissos bilaterais e cooperação

O presidente Lula chegará a Joanesburgo na sexta-feira (21) e participará de encontros bilaterais com outros líderes, incluindo o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa. À margem da cúpula, uma reunião entre os líderes do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas) está prevista para domingo.

Em seguida, Lula embarcará para Maputo, em Moçambique, onde realizará uma visita de trabalho, reforçando o compromisso do Brasil com a África. O embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte destacou que a relação com os países africanos é uma prioridade da política externa brasileira, evidenciada por visitas e cooperações em diversas áreas como saúde e educação.

O futuro das relações Brasil-Moçambique

Durante a visita a Moçambique, Lula se reunirá com o presidente Daniel Chapo para discutir a assinatura de um acordo de cooperação entre academias diplomáticas. Os dois países buscam expandir o comércio e investimentos, com a organização de um fórum empresarial que reunirá empresários brasileiros e moçambicanos.

O comércio bilateral, embora limitado, é parte de um projeto político maior que visa a cooperação para o desenvolvimento e educação. Em 2024, o intercâmbio comercial entre Brasil e Moçambique foi de US$ 40,5 milhões, com a maioria das exportações brasileiras sendo de carnes e produtos de perfumaria.

O futuro da cooperação entre Brasil e Moçambique promete ser promissor, com novos acordos e iniciativas sendo discutidas, consolidando ainda mais os laços entre os dois países.

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