O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a possibilidade de bloquear os bens do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme reportagem da Folha de S.Paulo. A medida seria motivada por suspeitas de que Bolsonaro estaria utilizando recursos para financiar a permanência e as atividades de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos.
O debate ganhou força após declarações do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que lançou uma campanha de arrecadação para auxiliar Bolsonaro. Machado alegou que o ex-presidente já teria utilizado parte dos R$ 17 milhões arrecadados em doações anteriores, destinando cerca de R$ 8 milhões para custear as despesas de Eduardo Bolsonaro no exterior.
O próprio Jair Bolsonaro confirmou que está arcando com os custos de Eduardo nos EUA, justificando que o filho está “sem salário” e atuando como interlocutor com autoridades estrangeiras. “Se não fosse o Pix, eu não teria como bancar essa despesa”, declarou o ex-presidente, defendendo a atuação do filho na defesa da democracia brasileira e criticando a atuação do Judiciário.
Ministros do STF avaliam que as declarações de Bolsonaro podem indicar o financiamento de possíveis crimes atribuídos a Eduardo, como coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Tais condutas já estão sob análise da Corte, apesar da discordância de alguns juristas.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao STF a abertura de inquérito contra Eduardo Bolsonaro e o depoimento de Jair Bolsonaro. Gonet argumenta que o ex-presidente é o beneficiário direto das ações do filho e confirmou ser o responsável financeiro pela estadia do deputado nos Estados Unidos. Ao finalizar o requerimento, Gonet pediu a adoção de medidas cautelares, a depender do desenrolar das investigações.
Fonte: http://revistaoeste.com
