Novo estudo revela possível origem das estrelas em alta velocidade

Um estudo recente sugere que anãs brancas hipervelozes podem ter origem em explosões estelares. Pesquisadores modelaram a fusão de duas dessas estrelas, revelando um novo cenário para sua movimentação.
Análise recente de dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), revelou um grupo de anãs brancas viajando pelo espaço a aproximadamente 2 mil quilômetros por segundo. Essas estrelas são o resultado da morte de uma estrela semelhante ao Sol e apresentam alta densidade, resfriando lentamente. O fenômeno intrigou a comunidade científica desde a descoberta dessas estrelas hipervelozes em 2018, pois sua movimentação sugere ter sido causada por um evento energético e violento, sem que até agora houvesse uma explicação satisfatória para suas características.
Nova abordagem para o mistério
Pesquisadores apresentaram uma nova teoria que pode explicar a origem das anãs brancas hipervelozes. Utilizando simulações de computador, a equipe modelou a fusão de duas anãs brancas híbridas, uma classe com núcleos de carbono e oxigênio envoltos em camadas de hélio. Ao executar a simulação, a estrela mais pesada começou a fragmentar a mais leve, gerando atrito e compressão que aqueceram a superfície da anã branca massiva. Este processo resultou em uma primeira explosão, seguida de uma onda de choque que causou uma segunda detonação, resultando em uma supernova termonuclear que lançou a outra anã branca para fora do sistema em alta velocidade.
Desafios à teoria existente
Os resultados deste estudo contrastam com a teoria D6, que sugere que uma anã branca massiva detona após uma mínima transferência de matéria, deixando a companheira intacta. Contudo, essa teoria não consegue explicar a velocidade extrema da estrela restante em conjunto com sua aparência inchada. O novo modelo sugere que mesmo uma explosão de supernova relativamente fraca pode produzir uma estrela remanescente em movimento rápido, o que ajuda a entender o fenômeno observado. Além disso, a rápida dispersão dos detritos após a explosão justifica a aparência solitária da anã branca ejetada.
Implicações futuras
Essa descoberta abre novas possibilidades de pesquisa sobre supernovas do tipo Ia, que são fundamentais para medir distâncias no espaço e produzem elementos essenciais à vida. Os pesquisadores acreditam que o estudo não representa o único cenário para a origem das anãs brancas hipervelozes, sugerindo um “zoológico” diversificado de interações estelares que podem desencadear esse fenômeno. O uso de novas tecnologias, como o Observatório Vera C. Rubin, pode permitir a observação da fusão e detonação de anãs brancas em tempo real, proporcionando informações valiosas sobre esses astros aquecidos e inchados que viajam pelo universo.