Em um movimento estratégico para diversificar suas parcerias comerciais, o Mercosul assinou um acordo de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), composta por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. A assinatura ocorreu no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, marcando um passo significativo para o bloco sul-americano em meio a negociações ainda pendentes com a União Europeia.
O acordo Mercosul-EFTA, resultado de 14 rodadas de negociação iniciadas em 2017, cria um mercado ampliado com 290 milhões de consumidores e um PIB combinado de US$ 4,39 trilhões. A parceria visa impulsionar o comércio entre os blocos, eliminando tarifas e promovendo a integração econômica em diversas áreas.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a importância do acordo em um contexto global de incertezas. “Em um mundo de incerteza, nós estamos dando uma prova de que é possível fortalecer o multilateralismo e o livre comércio”, afirmou Alckmin, ressaltando os benefícios sociais, econômicos e ambientais da iniciativa.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ecoou o sentimento, enfatizando que o acordo é um sinal claro da defesa do comércio internacional baseado em regras, mesmo em um cenário de tensões comerciais e protecionismo. “Damos um sinal claro de que, mesmo em um mundo marcado por tensões comerciais e pelo aumento do protecionismo, seguimos defensores do comércio internacional”, declarou Vieira.
A EFTA eliminará 100% das tarifas de importação dos setores industrial e pesqueiro, abrindo oportunidades para produtos do Mercosul, como carnes, milho, farelo de soja e frutas. O acordo também prevê ferramentas de defesa comercial e abordagens ambientais inovadoras, como a exigência de uso de energia limpa por prestadores de serviços digitais.
Embora a assinatura represente um avanço, o acordo ainda precisa passar por trâmites internos, incluindo aprovação legislativa nos países membros, antes de entrar em vigor. Paralelamente, o Mercosul continua buscando a concretização de um acordo de livre comércio com a União Europeia, um objetivo de longa data que enfrenta desafios e expectativas renovadas.
Fonte: http://jovempan.com.br
