O governo do Hamas na Faixa de Gaza acusou Israel de violar o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos quase 500 vezes desde que entrou em vigor em 10 de outubro. O anúncio, feito neste domingo, eleva as tensões em meio a relatos de novas vítimas no enclave palestino.
Segundo a contagem do Hamas, 27 dessas supostas violações ocorreram apenas no sábado, com ataques israelenses resultando em 24 mortes e 87 feridos. Em comunicado, o escritório político do Hamas condenou veementemente o que descreveu como “contínuas e graves violações sistemáticas do acordo de cessar-fogo por parte das autoridades de ocupação israelenses.”
Nos 44 dias desde o estabelecimento do cessar-fogo, o governo de Gaza contabiliza 342 civis mortos, a maioria crianças, mulheres e idosos, segundo o Ministério da Saúde do enclave. Além disso, relata 875 feridos e 35 detenções “arbitrárias” durante incursões israelenses além da chamada “linha amarela”, área de recuo das tropas israelenses.
O Hamas detalhou as supostas violações, incluindo 142 incidentes de tiros contra civis e áreas residenciais, 21 incursões de veículos em áreas residenciais e agrícolas, 228 bombardeios terrestres, aéreos e de artilharia e 100 demolições de residências e infraestrutura civil. O grupo insta os mediadores – Estados Unidos, Egito e Catar – a intervir e pressionar Israel a cessar as violações.
Por sua vez, o escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os recentes ataques foram lançados em resposta a um combatente do Hamas que cruzou a “linha amarela” e atacou soldados israelenses. “Em resposta, Israel eliminou cinco combatentes de alto escalão do Hamas”, assegurou o governo israelense. As acusações e contra-acusações destacam a fragilidade do cessar-fogo e a crescente preocupação com a escalada da violência na região.
Fonte: http://jovempan.com.br
