A Corregedoria da Câmara dos Deputados recomendou punições que variam de suspensão de mandato a censura escrita para diversos parlamentares da oposição. A medida surge pouco mais de um mês após a ocupação do plenário em protesto pela anistia e em resposta à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. As recomendações da Corregedoria acirram o clima político no Congresso e levantam debates sobre a liberdade de expressão e os limites da atuação parlamentar.
Entre os alvos das possíveis sanções estão os deputados Marcos Pollon (PL-MS), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC), que podem enfrentar suspensão de seus mandatos. Outros 11 deputados, incluindo nomes como Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF) e Nikolas Ferreira (PL-MG), podem ser punidos com censura escrita, de acordo com o parecer da Corregedoria.
Segundo a Revista Oeste, os deputados ainda não foram formalmente informados das medidas recomendadas. A lista completa dos parlamentares que podem ser punidos inclui ainda Carlos Jordy (PL-RJ), Caroline de Toni (PL-SC), Domingos Sávio (PL-MG), Julia Zanatta (PL-SC), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Pr. Marco Feliciano (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Zucco (PL-RS).
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, declarou que aguardará o rito interno da Casa para apresentar a defesa dos parlamentares. Ele questionou a consistência do relatório, especialmente em relação às acusações contra Marcel Van Hattem e Zé Trovão. “Van Hattem não estava na cadeira do presidente, mas na do secretário”, argumentou Cavalcante, minimizando a gravidade da conduta.
Bia Kicis, por sua vez, denunciou o que considera um tratamento desigual por parte da Mesa Diretora. “Enquanto a esquerda tudo pode, a direita segue sendo sufocada em todas as suas manifestações”, afirmou a deputada, que também criticou a ausência de punições para parlamentares da base governista. Já a deputada Julia Zanatta classificou o processo como “medalha de honra ao mérito” para quem luta contra o sistema.
A Mesa Diretora da Câmara agora analisará o parecer da Corregedoria, e os parlamentares terão a oportunidade de apresentar suas defesas. Caso a denúncia seja aceita, o processo será encaminhado ao Conselho de Ética, onde os deputados poderão se defender novamente. O desfecho desse processo promete gerar ainda mais debates e tensões no cenário político nacional.
Fonte: http://revistaoeste.com