A plataforma amplia seu catálogo com podcasts em vídeo para competir com o conteúdo casual do YouTube e TikTok.

A Netflix planeja lançar videocasts em 2026 para competir com YouTube e TikTok, focando em conteúdo rápido e engajante.
Netflix aposta em videocasts para atrair público jovem
A Netflix, conhecida por seu vasto catálogo de filmes e séries, está se preparando para uma mudança significativa em sua estratégia de conteúdo ao introduzir videocasts em seu catálogo a partir de 2026. Este movimento visa capturar a atenção de uma audiência mais jovem que atualmente consome conteúdo casual em plataformas como YouTube e TikTok.
A ideia é que, ao oferecer podcasts em vídeo, a Netflix possa competir diretamente com esses gigantes da mídia. A empresa pretende não apenas aumentar o tempo de engajamento dos usuários, mas também diversificar seu inventário publicitário, posicionando-se como um novo lar para o que está sendo chamado de “talk shows modernos”.
Parceria com o Spotify e conteúdos exclusivos
Como parte dessa nova estratégia, a Netflix anunciou um acordo com o estúdio de podcasts The Ringer, do Spotify. Esse acordo permitirá que conteúdos em vídeo sejam disponibilizados na plataforma, ampliando a biblioteca da Netflix com programas que misturam cultura pop, esportes e análises. Títulos como The Bill Simmons Podcast e The Big Picture estarão disponíveis, mas com uma condição: esses programas não serão exibidos na íntegra no YouTube, o que reforça a intenção de manter a exclusividade dentro da plataforma.
Além do licenciamento, a Netflix planeja lançar entre 50 a 75 programas originais de podcast em vídeo em 2026. A companhia já está em busca de talentos para desenvolver programas que dialoguem com as séries e documentários populares do serviço, criando assim um ciclo de vida mais longo para suas propriedades intelectuais.
Estratégia de baixo custo e foco em engajamento
Os primeiros acordos firmados são descritos como “experimentos de baixo custo”, com muitos contratos valendo menos de US$ 10 milhões e com duração de apenas um ano. A liderança desse projeto será compartilhada entre Brandon Riegg, responsável pela não-ficção e originais, e Lauren Smith, encarregada do licenciamento. A Netflix também está preparando ajustes em seu aplicativo para suportar vídeos verticais, além de desenvolver campanhas de marketing para promover essa nova iniciativa.
Inicialmente, a Netflix não exibirá anúncios próprios nos videocasts, mas os episódios manterão os anúncios já vendidos pelo Spotify, priorizando o engajamento em vez da monetização imediata. Estudos indicam que mais da metade dos ouvintes de podcasts já consome episódios em vídeo, um sinal claro de que o formato é promissor.
Desafios e resistência da indústria
Apesar das oportunidades, a Netflix enfrenta resistência de criadores que defendem a distribuição múltipla de conteúdos. Redes como a Dear Media argumentam que a força do podcasting reside na capacidade de alcançar os consumidores onde quer que eles estejam. Além disso, a plataforma terá que superar um desafio tecnológico: seu algoritmo tende a enterrar títulos menores, o que pode prejudicar programas que chegam ao público com uma audiência limitada.
Para que essa nova estratégia seja bem-sucedida, a Netflix precisará destacar ativamente conteúdos de nicho, algo que não é comum em sua história. Isso é crucial para convidar um tipo de engajamento que, atualmente, ocorre predominantemente no YouTube.
Conclusão: O futuro da Netflix
Com essa movimentação, a Netflix se posiciona para competir de forma mais agressiva por um espaço no consumo de mídia casual, buscando capturar “momentos de verdade” – aqueles intervalos do dia em que as pessoas consomem conteúdo de maneira menos focada. A expectativa é que, ao se tornar uma opção viável para consumo passivo, a Netflix possa expandir sua base de usuários e engajamento, transformando a forma como o público interage com a plataforma e com o conteúdo de vídeo.



