O Banco Central aponta fatores que contribuíram para a redução do déficit nas contas externas do país

Déficit das contas externas do Brasil caiu 31% em 12 meses, totalizando US$ 5,1 bilhões em outubro, segundo o Banco Central.
Déficit das contas externas do Brasil cai 31% em um ano
Em um cenário econômico desafiador, o Brasil conseguiu registrar uma redução significativa no déficit das contas externas. Em outubro, o saldo negativo foi de US$ 5,1 bilhões, conforme divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (25). Essa cifra representa uma diminuição expressiva de 31% em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando o rombo atingiu US$ 7,4 bilhões. Esse resultado foi impulsionado, em grande parte, pelo desempenho da balança comercial, que apresentou um saldo superavitário de US$ 6,2 bilhões, quase o dobro do registrado em outubro de 2024.
Fatores que contribuíram para a redução do déficit
O aumento nas exportações, que alcançaram US$ 32,1 bilhões — um incremento de 8,9% em relação ao ano anterior — e a queda nas importações, que totalizaram US$ 25,9 bilhões, com uma redução de 1,3%, foram determinantes para essa melhora. Esses fatores ajudaram a compensar outros componentes que ainda geram déficits no balanço das contas externas.
No entanto, a conta de serviços continuou a mostrar um déficit significativo de US$ 4,4 bilhões, refletindo um cenário ainda desafiador para essa categoria. Embora alguns itens, como transporte, tenham mostrado uma redução no déficit de 18,5% — caindo para US$ 1,3 bilhão — outros, como viagens internacionais, apresentaram crescimento no saldo negativo, atingindo US$ 1,3 bilhão, com brasileiros gastando US$ 1,9 bilhão no exterior.
Impacto das contas de renda primária
A conta de renda primária, que inclui pagamentos de juros da dívida externa e remessas de lucros e dividendos por empresas multinacionais, também teve um impacto negativo considerável no mês. O déficit nessa conta somou US$ 7,4 bilhões, aumentando 12,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os juros pagos ao exterior atingiram US$ 2,2 bilhões, e os lucros e dividendos enviados para fora totalizaram US$ 5,3 bilhões. Esse cenário evidencia a pressão contínua sobre as contas externas, mesmo com um desempenho positivo na balança comercial.
Investimentos diretos e reservas internacionais
Os investimentos diretos no Brasil também apresentaram um resultado positivo, totalizando US$ 10,9 bilhões em outubro, superior aos US$ 6,7 bilhões registrados no mesmo mês do ano passado. Esses investimentos são fundamentais, pois financiam projetos produtivos e contribuem para a estabilidade econômica do país. No acumulado de 12 meses, os investimentos diretos chegaram a US$ 80,1 bilhões, representando 3,63% do PIB.
Além disso, as reservas internacionais do Brasil fecharam outubro em US$ 357,1 bilhões, um aumento de US$ 521 milhões em relação ao mês anterior. Esse crescimento é atribuído a receitas de juros e ganhos de preços, embora algumas vendas no mercado à vista e variações cambiais tenham reduzido parte desse ganho.
Mudanças na metodologia de registro
O Banco Central também anunciou uma revisão metodológica que altera a forma de registrar operações com criptoativos. A partir de agora, as estatísticas vão distinguir entre criptoativos sem emissor, como o Bitcoin, e criptoativos com emissor, como stablecoins. Essa mudança é importante para garantir uma melhor compreensão e monitoramento desse segmento que vem crescendo no mercado financeiro.
Em suma, apesar dos desafios enfrentados, a redução do déficit das contas externas e o desempenho positivo da balança comercial são sinais encorajadores para a economia brasileira. O Banco Central continua a monitorar esses indicadores de perto, buscando estratégias para manter a estabilidade e o crescimento econômico.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: m de drone mostra conteineres no Porto de Santos, em Santos (SP




