A Transparência Internacional (TI) intensificou suas críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, após declarações minimizando o apelido “Gilmarpalooza”, termo utilizado para se referir ao Fórum Jurídico de Lisboa. Em entrevista recente à BBC, Mendes classificou a expressão como engraçada e considerou o evento um “case de sucesso”, gerando indignação na ONG.
O Fórum de Lisboa, organizado por uma instituição acadêmica ligada a Gilmar Mendes, promove anualmente encontros em Portugal que reúnem autoridades dos Três Poderes, empresários e executivos com interesses em processos judiciais no Brasil. A proximidade entre figuras do poder e do setor privado em um ambiente de debates jurídicos levanta questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse.
Em resposta às declarações de Mendes, a Transparência Internacional divulgou uma nota expressando seu descontentamento. “A sociedade brasileira não vê graça em banquetes, viagens e regalias oferecidas a magistrados por empresários como Daniel Vorcaro e Joesley Batista”, argumentou a ONG, ressaltando os riscos que práticas de lobby judicial representam para o interesse público.
A entidade enfatizou que diversas empresas associadas ao Fórum de Lisboa possuem disputas bilionárias em andamento na Justiça brasileira. A TI cita o caso de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, investigado por fraudes financeiras, e Joesley Batista, da J&F, que admitiu pagamento de propina na Lava Jato e firmou acordo de leniência, posteriormente suspenso por decisão do ministro Dias Toffoli.
Essa não é a primeira vez que a Transparência Internacional se manifesta criticamente em relação ao evento. Em julho, a ONG já havia classificado o Fórum de Lisboa como “o maior evento de lobby do planeta”, demonstrando sua preocupação com a influência de interesses privados no sistema de justiça.
Fonte: http://vistapatria.com.br

