Investimentos em projetos espaciais aumentam significativamente, refletindo ambições geopolíticas
Nações europeias aprovam aumento de 30% no orçamento espacial para 2026-2028, totalizando € 22,1 bilhões.
Na quinta-feira (27), as nações europeias deram um passo importante ao aprovar um orçamento de € 22,1 bilhões (aproximadamente R$ 136,7 bilhões) para gastos com o espaço, abrangendo o período de 2026 a 2028. Este aumento de 30% em relação aos € 16,9 bilhões (cerca de R$ 104,5 bilhões) destinados anteriormente para 2023-2025 reflete uma nova fase na ambição espacial da Europa.
Contribuições dos países membros da ESA
Os 23 países membros da Agência Espacial Europeia (ESA) são responsáveis pela maior parte deste financiamento, que será direcionado a satélites, lançamentos e programas de pesquisa. O diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, destacou em coletiva de imprensa que a aceitação do pedido de aumento orçamentário foi um marco histórico, algo que nunca havia ocorrido antes.
Sinal de confiança e renovação de ambições
Este novo orçamento é um sinal claro de confiança e de uma ambição renovada da Europa para competir em igualdade com potências como os Estados Unidos e a China, além de empresas privadas que dominam o setor espacial. O aumento do financiamento inclui € 4,4 bilhões para transporte espacial, representando um aumento de aproximadamente 20% em relação ao investimento anterior, e € 3,5 bilhões para programas de observação terrestre, cerca de 16% a mais do que os valores anteriores.
O espaço como setor crucial
A decisão de aumentar o orçamento demonstra um crescente reconhecimento de que o espaço não é mais um mero campo de pesquisa, mas sim um setor vital para a economia, segurança e soberania tecnológica. A recente guerra na Ucrânia e as tensões geopolíticas têm reforçado a urgência de reduzir a dependência europeia em relação a lançamentos e satélites de origem estrangeira.
Importância da missão climática TRUTHS
Vale ressaltar que o novo orçamento não inclui a missão climática TRUTHS, que é liderada pelo Reino Unido e tem como objetivo criar um observatório climático baseado em satélites. A desistência britânica do projeto foi motivada por razões orçamentárias, o que levanta questões sobre as prioridades no financiamento de iniciativas espaciais.
Em um cenário global em constante mudança, o aumento do orçamento espacial europeu se apresenta como uma estratégia crucial para garantir a posição da Europa no competitivo setor espacial.
