Gleisi Hoffmann nega negociação de cargos em crise com o Senado

Ministra das Relações Institucionais responde a Alcolumbre sobre insinuações de fisiologismo

Gleisi Hoffmann nega negociação de cargos em crise com o Senado
Gleisi Hoffmann e Davi Alcolumbre durante evento. Foto: Gleisi e Alcolumbre

Gleisi Hoffmann refuta negociações de cargos após declarações de Davi Alcolumbre sobre insatisfações no Senado.

Gleisi Hoffmann nega negociação de cargos

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, negou categoricamente, neste domingo (30), que o governo esteja realizando qualquer tipo de negociação de cargos ou emendas com o Senado. A declaração foi uma resposta direta ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que havia acusado setores do Executivo de tentarem vincular a insatisfação do Senado a supostos acordos fisiológicos em meio à crise política que se intensificou nos últimos dias.

Reação de Davi Alcolumbre

Davi Alcolumbre divulgou uma nota na qual considerou ofensivas as insinuações de que haveria troca de apoio por cargos. Ele também criticou a falta de comunicação do Planalto, que ainda não enviou a mensagem formal ao Congresso sobre a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF), algo que é crucial para que a sabatina, agendada para 10 de dezembro, ocorra. Alcolumbre manifestou preocupação com a interferência do governo no cronograma da análise da indicação.

Tentativa de distensionamento

Em uma tentativa de distensionar a crise, Gleisi fez um apelo público ao presidente do Senado, enfatizando que o governo possui “o mais alto respeito” por Alcolumbre. Em suas redes sociais, ela rejeitou qualquer possibilidade de negociações de bastidor e afirmou: “Jamais consideraríamos rebaixar a relação institucional a qualquer espécie de fisiologismo”. A ministra sublinhou que as indicações anteriores ao STF sempre foram tratadas com transparência e lealdade.

Tensão crescente

A tensão entre o governo e o Senado tem raízes na insatisfação de Alcolumbre com a escolha de Jorge Messias para a vaga aberta no STF. O senador defendia o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mas o governo optou por Messias. Desde então, o clima político se deteriorou, levando o governo a buscar aproximações com os líderes das duas Casas. Gleisi e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fizeram elogios públicos durante a cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, como uma tentativa de suavizar as relações.

Desafios na aprovação

Aliados do governo admitem que a resistência à indicação de Messias é significativa. O senador Otto Alencar, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), alertou que se a mensagem presidencial não for enviada a tempo, a votação poderá ser adiada para 2026, já que o recesso parlamentar começa em 18 de dezembro. Alencar afirmou: “Não existe possibilidade de votar sem a mensagem presidencial”.

Articulações de Jorge Messias

Enquanto isso, Jorge Messias segue se articulando com senadores para garantir os votos necessários em um cenário marcado por desconfianças. A situação expõe a fragilidade das relações entre o Planalto e o Congresso, especialmente em um momento crítico como este, que antecede uma das votações mais sensíveis do ano. A crise política evidencia a necessidade de diálogo e entendimento entre os poderes, uma vez que o futuro da indicação de Messias ao STF permanece incerto até que a mensagem presidencial seja oficialmente enviada.

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