Em pronunciamento em cadeia nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, elevando o limite para R$ 5.000 mensais. A medida, segundo o petista, visa corrigir distorções históricas e beneficiar a classe trabalhadora, marcando uma nova investida contra o que ele classifica como privilégios da elite financeira. A fala, com tom de campanha, reacende o debate sobre a tributação no país.
Lula argumentou que a nova política tributária busca equiparar a carga fiscal entre quem vive do trabalho e quem detém grande capital. “Quem vive do suor do seu trabalho e constrói de fato a riqueza desse país paga até 27,5%. Já quem vive de renda paga apenas 2,5%, em média”, criticou o presidente, contrastando a situação de trabalhadores e investidores. Ele prometeu que a compensação para a isenção virá da taxação dos super-ricos.
A compensação para a medida, de acordo com o presidente, não impactará áreas essenciais como educação e saúde. “A compensação não virá de cortes na educação ou na saúde, mas da taxação dos super-ricos, que hoje não pagam nada ou quase nada de imposto”, garantiu Lula. O presidente definiu “super-ricos” como aqueles com renda superior a R$ 1 milhão por ano, cerca de R$ 83 mil por mês.
Aprovada por unanimidade no Congresso Nacional, a proposta já é vista como um ativo eleitoral para 2026. O governo planeja capitalizar politicamente a medida, utilizando-a como um contraponto entre “pobres versus ricos”. A estratégia, segundo fontes do governo, tem como alvo o eleitorado que votou em Jair Bolsonaro nas últimas eleições, em 2022.
Ao retomar o discurso de contraposição social, Lula reforça a narrativa de que seu governo busca justiça tributária. “Quem mora em mansão, tem dinheiro no exterior, coleciona carros importados, jatinhos e iates, paga 10 vezes menos do que uma professora, um policial ou uma enfermeira”, afirmou o presidente, defendendo a necessidade de mudança no sistema tributário brasileiro. Resta saber como o mercado financeiro reagirá a essa nova investida do governo.
