Movimento visa atender demandas da classe, sem ligação com questões políticas

Caminhoneiros se mobilizam para uma paralisação geral no dia 4 de dezembro para reivindicar melhorias da categoria.
Mobilização dos caminhoneiros em busca de melhorias
Caminhoneiros de várias partes do Brasil estão organizando uma paralisação geral para a próxima quinta-feira (4/12). O movimento, que não se vincula a nenhuma ideologia partidária, tem como objetivo principal lutar por melhorias nas condições de trabalho da categoria. Representantes da classe, como o caminhoneiro Daniel Souza, um influenciador digital conhecido, afirmam que a mobilização visa acabar com as condições precárias enfrentadas pelos profissionais do setor.
Demandas da classe
Entre as principais reivindicações dos caminhoneiros estão a estabilidade contratual e o cumprimento das leis que regem a profissão. Além disso, a categoria exige a reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas e a criação de uma aposentadoria especial, que considere 25 anos de trabalho e os devidos recolhimentos fiscais. O presidente da Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC), Janderson Maçaneiro, conhecido como Patrola, expressou confiança no movimento, afirmando que há uma ampla participação e descontentamento entre os caminhoneiros.
Divisões entre os sindicatos
Apesar da força do movimento, há desavenças entre os sindicatos e associações. O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Sindicam) informou que a decisão de parar pertence aos caminhoneiros, e que o sindicato apoiará a greve caso essa seja a vontade da maioria. No entanto, caminhoneiros autônomos da Baixada Santista se mostram contrários à paralisação, alegando que há uma movimentação política por trás do movimento. Marcelo Paz, presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS), destacou a falta de diálogo e votação formal entre os caminhoneiros, afirmando que não houve convocação para assembleias.
Comparação com a greve de 2018
A última greve significativa dos caminhoneiros ocorreu em 2018, quando os trabalhadores pararam por dez dias em protesto contra os aumentos constantes no preço do óleo diesel. Essa paralisação resultou em uma crise de desabastecimento em várias partes do país. O governo da época, liderado por Michel Temer (MDB), atendeu algumas das exigências da classe para encerrar a greve. A mobilização atual, embora tenha semelhanças com a anterior, é centrada em questões de direitos trabalhistas e condições de trabalho.
Conclusão
A paralisação programada para o dia 4 de dezembro representa um momento crucial para os caminhoneiros brasileiros, que buscam melhorias significativas em suas condições de trabalho. Enquanto isso, o debate interno sobre a legitimidade e as motivações do movimento continua a polarizar a categoria. A expectativa é que a mobilização possa trazer à tona as questões que afetam diretamente a vida dos caminhoneiros, independentemente de qualquer conotação política associada ao movimento.
Fonte: www.metropoles.com



