Uso correto da casquinha e farelo de soja na nutrição do rebanho

Entenda como cada subproduto pode beneficiar a alimentação animal

Uso correto da casquinha e farelo de soja na nutrição do rebanho
Foto: Sérgio Medeiros

A nutrição adequada do rebanho é crucial. Entenda o uso da casquinha e farelo de soja.

A importância da nutrição no rebanho

A nutrição adequada do rebanho é um dos pilares mais importantes da pecuária moderna, especialmente em um cenário onde os custos com alimentação podem representar até 70% do custo total da produção. Entre os ingredientes mais utilizados na formulação de dietas para bovinos, a casquinha de soja e o farelo de soja estão frequentemente em debate entre os produtores. A questão é: qual usar? Em que fase? E qual realmente vale a pena?

Diferenças entre casquinha e farelo de soja

Embora ambos os subprodutos venham da mesma matéria-prima, o grão de soja, seus papéis dentro da dieta são completamente diferentes. Nos últimos anos, pesquisas e análises bromatológicas realizadas em universidades como UFV, USP e Kansas State University, além de dados compilados por consultorias como Intensifique, Rehagro e Agroconsult, reforçam a necessidade de utilizar cada subproduto com estratégia, evitando erros comuns que podem prejudicar o desempenho e aumentar os custos.

O que dizem as pesquisas

As pesquisas indicam que o farelo de soja é um ingrediente proteico de alta qualidade, essencial para a alimentação do rebanho. Por outro lado, a casquinha de soja se destaca como uma fonte de fibra altamente digestível, além de ser uma alternativa energética ao volumoso. A casquinha é reconhecida por sua capacidade de atuar como reguladora do rúmen em dietas com elevado teor de milho ou concentrado. Isso é especialmente importante para evitar problemas como a acidose, garantindo que o cocho funcione adequadamente.

Utilização de farelo de soja nas vacas leiteiras

O farelo de soja é considerado a principal fonte proteica na pecuária brasileira, devido à sua alta digestibilidade e perfil de aminoácidos. Para vacas de alta produção, a inclusão do farelo é fundamental para manter o teor de proteína do leite e o consumo de ração. Em rebanhos que produzem acima de 28–30 litros de leite por dia, a suplementação proteica consistente é crucial para o sucesso na produção.

Casquinha de soja como alternativa

A casquinha de soja tem ganhado destaque, especialmente em fazendas que enfrentam déficit de silagem, uma situação comum devido às irregularidades climáticas dos últimos anos. No entanto, é importante ressaltar que a casquinha não deve substituir o volumoso a longo prazo, pois sua contribuição para a ruminação é limitada. Ela se mostra eficaz em diversas situações, como quando:

  • Há falta de volumoso na fazenda.
  • A dieta contém muito milho ou concentrado.
  • Há risco de acidose.
  • A redução de custos é necessária, mantendo o desempenho.
  • Necessidade de aumentar a fibra digestível.
  • O rebanho está sob alta exigência proteica.
  • Vacas estão no pico da lactação.
  • Animais de corte estão em fase de recria e crescimento.
  • É necessário maximizar ganhos ou produtividade.

Conclusão: casquinha e farelo não competem

A casquinha e o farelo de soja não competem entre si; cada um desempenha um papel único dentro da dieta. A casquinha é excelente para equilibrar o rúmen, fornecer energia fermentável e atuar como fibra de alta digestibilidade, enquanto o farelo é indispensável para estruturar a dieta, promover ganho de peso, produção de leite e desempenho máximo.

A recomendação dos especialistas é clara: a escolha entre casquinha e farelo deve ser feita com base na fase do animal, nos objetivos produtivos e na composição da dieta base. Em muitos casos, a combinação estratégica dos dois subprodutos pode proporcionar os melhores resultados, otimizando a nutrição e a saúde do rebanho.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *