China se destaca como principal fornecedor de fertilizantes ao Brasil

Boletim de novembro da CNA revela crescimento nas importações chinesas e desafios logísticos

China se destaca como principal fornecedor de fertilizantes ao Brasil
Foto: Divulgação

Boletim da CNA aponta China como maior fornecedora de fertilizantes ao Brasil, com desafios logísticos significativos.

China lidera as vendas de fertilizantes ao Brasil

O boletim Insumos CNA de novembro traz como um dos principais destaques a mudança no perfil dos fornecedores de fertilizantes para o Brasil. Com um incremento significativo nas importações, a China ultrapassou a Rússia e se tornou o maior vendedor desses insumos, enviando 9,76 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2025. Essa mudança no cenário reflete não apenas a crescente dependência do Brasil em relação aos fertilizantes, mas também a dinâmica global do comércio agrícola.

Desempenho dos principais fornecedores

Os principais fertilizantes importados foram o Sulfato de Amônio (SAM) e formulações à base de NP (Nitrogênio e Fósforo). Apesar do destaque da China, a Rússia ainda se mantém como um fornecedor estratégico, com 9,72 milhões de toneladas enviadas ao Brasil no mesmo período. Essa competição entre os fornecedores pode influenciar os preços e a disponibilidade dos insumos no mercado brasileiro.

Desafios logísticos enfrentados

O aumento rápido das importações de fertilizantes chineses gerou longas filas de navios no Porto de Paranaguá ao longo do ano. Os tempos médios de espera para desembarque alcançaram em torno de 60 dias, criando um gargalo logístico que pressionou a capacidade operacional do porto. Essa situação tem elevado os custos e a demurrage, taxa aplicada quando um contêiner ou carga excede o tempo permitido em um porto.

Relações de troca e mercado de defensivos

De acordo com o boletim, as relações de troca permanecem desfavoráveis entre as culturas agrícolas e as fontes de fertilizantes fosfatados. Até agosto, as entregas de fertilizantes no Brasil aumentaram 9% em relação ao ano anterior, e o país pode alcançar um novo recorde em 2025. O Rio Grande do Sul, em particular, tem influenciado esse resultado devido a atrasos nas aquisições de insumos.

Além disso, a publicação também analisa a situação atual do mercado de defensivos agrícolas no Brasil. Notou-se um aumento de preços, especialmente no grupo de fungicidas, em virtude dos tratos culturais na soja. A combinação de aumento de demanda e custos elevados pode impactar a rentabilidade dos produtores.

Conclusão

As mudanças no perfil de fornecedores de fertilizantes para o Brasil, como evidenciado pelo boletim da CNA, refletem não apenas a importância estratégica desses insumos para a agricultura nacional, mas também os desafios logísticos e econômicos que o setor enfrenta. O acompanhamento das tendências do mercado e a adaptação a essas mudanças serão cruciais para a sustentabilidade e a competitividade do agronegócio brasileiro.

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