Presidente da CCJ do Senado anuncia cancelamento da sabatina marcada

Sabatina de Jorge Messias ao STF deve ser remarcada para 2026, diz CCJ do Senado.
Na terça-feira, 2 de dezembro de 2025, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar, anunciou que a análise da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser adiada para 2026. Essa informação surge após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, cancelar a sabatina que estava marcada para 10 de dezembro.
Durante a sessão no plenário, Alcolumbre criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), por não ter formalizado a indicação com a documentação necessária para iniciar a tramitação no Senado. Ele afirmou que essa omissão é algo sem precedentes, o que gerou um clima de tensão na Casa.
A leitura da mensagem de indicação de Messias na CCJ estava programada para ocorrer nesta quarta-feira, 3 de dezembro. A expectativa era que os membros da comissão recebessem uma vista coletiva do processo antes da sabatina. Contudo, sem a documentação adequada enviada pelo presidente Lula, Alcolumbre e Alencar se viram forçados a adiar a análise.
O prazo estipulado por Alcolumbre desde que a indicação de Jorge Messias veio a público foi considerado muito curto para que o advogado-geral conseguisse reverter a rejeição inicial entre os senadores. Essa situação revela a complexidade da relação entre o Senado e o Executivo, especialmente em questões tão sensíveis como a indicação para o STF.
Críticas à gestão de Lula
A decisão de cancelar a sabatina gerou reações negativas entre os aliados de Messias, que se mobilizaram nas últimas semanas em busca de apoio. Messias, que tem procurado diálogo com diversos senadores, está ciente da resistência que enfrenta. Ele passou as últimas duas semanas visitando gabinetes de senadores da base do governo, tentando conquistar a aprovação para sua indicação.
A relatoria da indicação ficou sob a responsabilidade do senador Weverton Gomes, do PDT do Maranhão. A situação tornou-se ainda mais complicada após a decisão de Lula, que foi vista como uma tentativa de contornar o processo legislativo.
O advogado-geral tem buscado estabelecer uma conexão com a bancada evangélica do Senado, reunindo-se, nesta terça-feira, com o líder do Republicanos, senador Mecias de Jesus. Este último foi um dos poucos senadores da oposição a manifestar apoio à indicação de Messias. O encontro ocorreu em um momento em que o bloco parlamentar Vanguarda, formado por 16 senadores do PL e do Partido Novo, cancelou um almoço programado com o AGU, evidenciando a dificuldade que Messias enfrenta para conseguir apoio.
Conflitos entre Senado e Planalto
A disputa pela indicação ao STF está acirrada, especialmente pela vaga deixada por Luís Roberto Barroso. Davi Alcolumbre, que já foi presidente do Senado, expressou sua insatisfação com as decisões do governo de Lula, que contrariam suas expectativas de emplacar Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado, na vaga.
A tensão entre o Senado e o Palácio do Planalto se intensifica à medida que a falta de diálogo e a omissão de documentação crucial para a tramitação da indicação se tornam temas centrais nas críticas de Alcolumbre e outros senadores. A situação atual não apenas adia a análise da indicação de Jorge Messias, mas também intensifica um clima de incerteza em relação ao futuro do STF e das relações entre os poderes.
A expectativa agora é que a sabatina e a análise da indicação de Messias sejam retomadas em 2026, mas até lá, muitos fatores poderão influenciar o cenário político, tornando a situação ainda mais volátil.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES




