Mobilização prevista para 4 de dezembro busca melhorias nas condições de trabalho da categoria

Caminhoneiros articulam greve nacional em 4 de dezembro, com apoio jurídico e foco em reivindicações trabalhistas.
Greve dos caminhoneiros programada para 4 de dezembro
No próximo dia 4 de dezembro, a greve dos caminhoneiros será uma realidade em todo o Brasil. A mobilização, que já conta com o apoio de vários representantes do setor, tem como objetivo chamar a atenção para as condições precárias de trabalho enfrentadas por esses profissionais. O desembargador aposentado Sebastião Coelho também se manifestou a favor da paralisação, prometendo suporte jurídico para garantir a legalidade do ato.
A convocação foi feita em um vídeo nas redes sociais por Chicão Caminhoneiro, da União Brasileira dos Caminhoneiros. Ele destacou que a ação será protocolada em busca de legitimar a paralisação e proteger os organizadores de possíveis retaliações. “Estaremos protocolando o movimento para trazermos a legalidade jurídica dessa ação que vamos iniciar”, afirmou Chicão.
Objetivos da paralisação
Os organizadores da greve enfatizam que a mobilização não é motivada por questões políticas, mas por reivindicações que afetam diretamente a categoria. Entre os principais pontos estão:
- Estabilidade contratual para caminhoneiros autônomos;
- Cumprimento efetivo da legislação que regula o transporte de cargas;
- Reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas;
- Aposentadoria especial após 25 anos de contribuição, desde que comprovados por documentos fiscais.
Essas demandas são apoiadas por figuras influentes como Daniel Souza, um caminhoneiro e influenciador digital, que destacou a precariedade da profissão. “A realidade dos caminhoneiros está precária: baixa remuneração e insegurança nas estradas”, afirmou.
Apoio e resistência à mobilização
Embora haja um suporte significativo à greve, a adesão não é unânime. O presidente da Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas, Janderson Maçaneiro, acredita que a insatisfação entre os trabalhadores fortalecerá o movimento. Por outro lado, algumas lideranças, como Marcelo Paz, presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos, não apoiam a paralisação, argumentando que deve haver diálogo e votação entre os trabalhadores antes de qualquer decisão.
Comparação com greve de 2018
O movimento atual relembra a greve dos caminhoneiros em 2018, que paralisou o país por 10 dias devido ao aumento nos preços do diesel, resultando em desabastecimento. Apesar das associações com o passado, os organizadores tentam dissociar a mobilização de motivações partidárias e reafirmam que se trata de uma luta pela dignidade da categoria.
A participação de Sebastião Coelho, que é visto como um aliado de Bolsonaro, levanta questões sobre o caráter apolítico da greve, mas os principais líderes do movimento insistem que o foco é nas demandas trabalhistas. O sucesso da mobilização dependerá da união e adesão dos caminhoneiros em todo o país, além do suporte jurídico que promete legitimar suas ações.



