Autoridades apontam carne da China como possível vetor do surto

Espanha confirma casos de peste suína africana em javalis e investiga origem do surto, que pode estar ligado à carne importada da China.
Peste suína africana na Espanha: um panorama atual
A Espanha está enfrentando um momento crítico devido à confirmação dos primeiros casos de peste suína africana (PSA) em javalis na província de Barcelona. Essa situação, que não ocorria no país há décadas, levantou preocupações entre as autoridades e especialistas da saúde animal. O ministro da Agricultura, Luis Planas, indicou que a entrada do vírus pode ter sido facilitada por um produto cárneo importado, possivelmente da China, um dos maiores produtores e exportadores de carne suína do mundo.
Investigação sobre a origem do surto
Embora as investigações ainda estejam em curso, a hipótese mais plausível até o momento sugere que o vírus foi introduzido no território espanhol por meio de alimentos contaminados. Um exemplo citado são os resíduos de sanduíches de salsicha que podem ter sido descartados de maneira inadequada em áreas acessíveis a javalis. Essa forma de contaminação, embora simples, é reconhecida por especialistas como uma das principais vias de transmissão acidental da PSA para populações selvagens.
Medidas de contenção e monitoramento
Após a confirmação dos casos de peste suína, o governo espanhol tomou medidas rigorosas para conter a propagação da doença. Foram mobilizados 117 agentes da unidade de resposta a emergências, que estão atuando em três pontos estratégicos, realizando ações como:
- Captura de animais potencialmente expostos;
- Vigilância sanitária intensiva;
- Implementação de barreiras de biossegurança;
- Monitoramento com drones e equipamentos especiais.
O objetivo central dessas ações é impedir que o vírus ultrapasse a zona já delimitada. Apesar da situação estar sob controle, novas ocorrências não estão descartadas, dada a rápida capacidade de disseminação da PSA entre javalis.
Impactos no setor suinícola e comércio internacional
Representantes do setor suinícola espanhol enfatizam que a PSA não representa risco à saúde humana e que a doença não é transmitida pelo consumo de carne suína. A indústria está colaborando com as autoridades para garantir que a situação seja controlada e para evitar pânico entre a população. Com a Espanha sendo um dos maiores exportadores de carne suína da Europa, qualquer avanço do surto pode ter consequências econômicas significativas.
O governo também está prestando atenção especial às exportações para a China, que representa 42% das vendas de carne suína espanhola fora da União Europeia, totalizando cerca de 550 mil toneladas anualmente. Graças a um acordo recente, apenas a província de Barcelona está sujeita a restrições, permitindo que outras regiões continuem exportando normalmente.
Futuro e vigilância contínua
Embora o governo ainda não tenha divulgado estimativas sobre os potenciais danos econômicos, os produtores que sofrerem perdas devido à contenção do surto poderão receber indenizações. A situação é monitorada com rigor, e o trabalho conjunto entre o governo, o setor produtivo e as forças de segurança visa não apenas evitar a propagação da doença, mas também proteger o rebanho suíno e a posição da Espanha no mercado global. As investigações permanecem abertas, e novos dados devem ser divulgados conforme as análises laboratoriais forem concluídas.



