Montante é inferior ao do ano anterior, mas expectativa é de recuperação até julho de 2026

Banco do Brasil já desembolsou cerca de R$ 85 bilhões em financiamentos para o agronegócio na safra 2025/26.
Banco do Brasil libera R$ 85 bilhões em financiamentos para o agronegócio
O Banco do Brasil (BB) já desembolsou cerca de R$ 85 bilhões em financiamentos para o agronegócio na safra 2025/26, que começou em 1º de julho e se estende até 30 de junho de 2026. Este montante inclui operações de crédito rural, títulos agrícolas, como Cédulas de Produto Rural (CPRs), e recursos para giro, refletindo o compromisso do banco com os negócios da cadeia de valor do agro. Embora o valor seja abaixo dos R$ 105 bilhões verificados no mesmo período da safra passada, a instituição espera um equilíbrio nos desembolsos até o final do ciclo.
Desempenho das operações de crédito rural
Na análise das operações de crédito rural, o BB também registrou uma retração, com R$ 78,3 bilhões desembolsados até agora, em comparação aos R$ 96 bilhões do ano anterior. O vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Gilson Bittencourt, apontou que, apesar da menor contratação de crédito, as expectativas são otimistas com relação ao volume de recursos que ainda será disponibilizado.
Expectativas para a safra e novos investimentos
O Banco do Brasil planeja oferecer um total de R$ 230 bilhões em financiamentos na safra atual. Desses, R$ 106 bilhões estão destinados à agricultura empresarial, que atende grandes produtores, cooperativas e agroindústrias, enquanto R$ 54 bilhões vão para a agricultura familiar e médios produtores. Bittencourt destacou que, embora o desempenho dos desembolsos para a agricultura familiar esteja dentro do esperado, a agricultura empresarial enfrenta uma queda significativa no apetite por novos investimentos. Essa redução é estimada entre 35% a 40%, reflexo das altas taxas de juros e da rentabilidade próxima a níveis históricos.
Análise do impacto climático e produtividade
Em relação à produção, o BB observa possíveis efeitos do fenômeno climático La Niña sobre as lavouras, mas até o momento, a situação geral é positiva. Tanto o IBGE quanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentam expectativas otimistas quanto à estabilidade da produção, com a maior parte das lavouras já plantadas. Bittencourt ressaltou que, até agora, a área plantada está dentro do esperado e não há indicações de redução significativa na área cultivada.
Perspectivas de preços e rentabilidade
O BB também vê os preços dos principais produtos agrícolas retornando aos níveis históricos, o que pode tornar áreas com altos custos de produção mais desafiadoras. A expectativa é que, nos próximos dias, se tenha uma visão mais clara sobre o impacto do pacote tecnológico na produtividade das lavouras. Bittencourt finalizou afirmando que a expectativa é que não haja grandes impactos negativos sobre a produção, o que é um alívio para os produtores em um cenário de incertezas econômicas.



