Entidades do agronegócio apoiam leilão do Tecon Santos 10

Quatro organizações se manifestam a favor da abertura imediata para impulsionar a logística portuária.

Entidades do agronegócio apoiam leilão do Tecon Santos 10
Foto: Alphamar

Entidades do agronegócio pedem a abertura do leilão do Tecon Santos 10 para aumentar a eficiência logística do Porto de Santos.

São Paulo, 3 – Quatro importantes entidades do agronegócio brasileiro se manifestaram em defesa da abertura imediata do leilão do Tecon Santos 10. As organizações, que movimentam bilhões de dólares em exportações, acreditam que a ação é crucial para garantir a eficiência logística do Porto de Santos, um dos principais pontos de saída da produção agrícola brasileira.

Importância da Abertura do Leilão

O comunicado conjunto das entidades, que inclui o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), o Conselho Deliberativo da Associação de Exportadores de Açúcar (Aexa) e a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), destaca que a abertura do leilão deve ser feita de maneira ampla e tecnicamente fundamentada. Segundo a nota, essa medida é essencial para aumentar a capacidade do porto, reduzir custos operacionais e reforçar a competitividade do agronegócio, que representa quase metade da balança comercial do país.

A Anea, por sua vez, ressaltou que as decisões sobre o Tecon Santos 10 devem seguir critérios técnicos que reflitam a realidade enfrentada pelos usuários do porto. A entidade, que representa 17 associadas responsáveis por mais de 90% das exportações brasileiras de algodão, enfatizou a necessidade de transparência e previsibilidade, fundamentais para um setor que alcançou mais de US$ 4 bilhões em exportações em 2024.

Crescimento da Produção de Açúcar

A Aexa, representando o setor açucareiro, apontou que o Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com quase 44 milhões de toneladas na safra 2024/25, das quais 80% são destinadas à exportação. A entidade defendeu que o Porto de Santos precisa ampliar sua capacidade, uma vez que não está acompanhando o crescimento da produção.

O apoio à proposta do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antônio Anastasia, que inclui diretrizes de desinvestimento para operadores que já atuam no porto, foi reforçado pela Aexa, que acredita que o leilão deveria ter ocorrido há muito tempo.

Prejuízos Acumulados e Necessidade de Dados Técnicos

O Cecafé alertou para os prejuízos acumulados pelo setor devido à atual insuficiência operacional, com perdas estimadas em R$ 98 milhões em detention e armazenagem adicional, além de milhares de contêineres retidos. A entidade afirmou que o debate sobre a abertura do leilão deve se basear em dados e análises técnicas, não em narrativas. A confiança nos pareceres da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), TCU e Cade foi reafirmada.

Apoio à Competição Plena

A Unem manifestou apoio incondicional à realização de um leilão amplo e sem restrições, argumentando que apenas a competição entre os maiores operadores globais pode garantir eficiência, preços competitivos e serviços de qualidade. A entidade, que representa empresas do setor de etanol de milho, destacou que a logística marítima é vital para a competitividade desse biocombustível e seus coprodutos.

Segundo a Unem, a participação irrestrita de operadores no leilão é crucial para aumentar investimentos, modernização e integração com rotas globais. A entidade acredita que, conforme indicado no voto do ministro Anastasia, a licitação ampla é a única maneira de garantir serviços eficientes e reduzir o custo Brasil, ampliando a competitividade da produção nacional.

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