A possível candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência em 2026 agitou o cenário político nacional, gerando uma onda de reações que expõem a polarização vigente. O anúncio, feito nesta sexta-feira (5), dividiu opiniões entre aliados e opositores, com manifestações que variam de apoio incondicional a críticas contundentes. A movimentação ocorre em um momento delicado, com a prisão de Jair Bolsonaro, pai de Flávio, o que intensifica o debate sobre o futuro da direita brasileira.
Flávio Bolsonaro declarou ter recebido a missão do próprio pai, Jair Bolsonaro, de manter vivo o projeto político defendido pela direita. “Recebi do meu pai a grande responsabilidade de manter vivo o projeto de direita no Brasil”, afirmou o senador em suas redes sociais. A indicação surge como uma tentativa de manter a base bolsonarista mobilizada, enquanto o ex-presidente permanece preso e impossibilitado de concorrer.
A reação de figuras da esquerda foi imediata. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) minimizou a pré-candidatura, reiterando a confiança na reeleição de Lula. Guilherme Boulos (PSOL), Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, ironizou a situação, afirmando que “Lula derrotou o pai e vai derrotar o filho”. A polarização fica evidente nas declarações de ambos os lados, acentuando o clima de disputa para as próximas eleições.
Apoio e divergências também marcaram o posicionamento de lideranças da direita. Enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) exaltou o irmão como símbolo de esperança e continuidade dos ideais do pai, outros nomes como Ronaldo Caiado (União Brasil) reafirmaram suas próprias pré-candidaturas. Romeu Zema (Novo) classificou a iniciativa como democrática e revelou ter conversado com Bolsonaro sobre a possibilidade de múltiplas candidaturas da oposição fortalecerem o campo no segundo turno.
A cúpula partidária também se manifestou, com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, endossando a escolha de Flávio. Já Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil, defendeu uma agenda que una diferentes setores, demonstrando uma visão mais moderada. Apesar do fortalecimento do núcleo bolsonarista com a pré-candidatura de Flávio, pesquisas recentes indicam que Lula ainda mantém uma vantagem considerável nas intenções de voto, conforme levantamento AtlasIntel/Bloomberg.

