Uma operação da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta segunda-feira, teve como alvo uma organização criminosa especializada na exploração de migrantes no Amapá. A ação, denominada “Piratas do Caribe”, buscou desarticular a rede que atuava no transporte irregular de estrangeiros, submetendo-os a condições degradantes e extorsão.
O gatilho para a operação foi uma trágica colisão na BR-210, em março, que resultou na morte de cinco pessoas, incluindo duas crianças. A investigação revelou que a quadrilha se aproveitava da vulnerabilidade dos migrantes, principalmente cubanos e haitianos, para lucrar ilicitamente.
Durante a operação, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do estado, incluindo Tartarugalzinho, Oiapoque, Santana e Macapá. A Justiça também determinou o monitoramento eletrônico de 17 suspeitos. Em uma das residências, os agentes encontraram um cofre contendo grande quantidade de dinheiro, evidenciando a lucratividade do esquema.
Segundo a PF, a organização criminosa facilitava a entrada ilegal dos migrantes no país, cobrando valores exorbitantes e ameaçando aqueles que se recusavam a pagar. Famílias inteiras eram mantidas sob pressão, transformando o transporte em um ciclo de extorsão e medo. A delegacia da PF em Oiapoque recebeu a denúncia que deu início à investigação.
A trágica colisão na BR-210, que vitimou um casal de cubanos e seu bebê, além de outros passageiros, expôs a face cruel da exploração de migrantes na região. A operação da Polícia Federal representa um passo importante no combate a esse tipo de crime e na proteção dos direitos humanos.
Fonte: http://revistaoeste.com