A Câmara dos Deputados se prepara para votar, em regime de urgência, um projeto que visa suspender o decreto do Executivo que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A votação, prevista para esta segunda-feira, representa um forte sinal de insatisfação do Congresso Nacional com a política fiscal implementada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A articulação para aprovar o regime de urgência demonstra o amplo apoio à suspensão do decreto, inclusive entre partidos da base governista. Bancadas influentes como União Brasil e PP, que juntas controlam quatro ministérios, já orientaram seus membros a votarem favoravelmente à urgência. O PSD, detentor de três pastas, optou por liberar sua bancada.
A decisão de pautar a urgência partiu do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em resposta à repercussão negativa da medida provisória editada pelo governo. A MP propõe a taxação de investimentos que antes eram isentos, como Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).
Diante da crescente tensão, os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) se reuniram com Hugo Motta para tentar amenizar a crise. Segundo líderes que participaram do encontro, a votação da urgência servirá como um termômetro para avaliar o futuro de outras medidas fiscais propostas pelo governo.
Em um esforço paralelo para restabelecer a relação com o Congresso, o governo busca acelerar a liberação de emendas parlamentares, com a meta de liberar R$ 2 bilhões até o final do mês. Até o momento, apenas R$ 100 milhões foram empenhados. “As críticas refletem o consenso da maioria dos partidos, que defendem a votação imediata da urgência”, afirmou Motta, sinalizando que a liberação das emendas pode abrir espaço para negociação.
Fonte: http://vistapatria.com.br